“Desde o início da pandemia e até ao Natal, nós temos 872 casos em crianças até aos 16 anos, em idade escolar. E depois, desde o Natal e até há dois dias, tínhamos 818. Portanto, num período muito mais curto um número quase equivalente”, disse Ana Cristina Guerreiro.
A responsável, que falava na habitual conferência de imprensa promovida pela Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro, esclareceu que este aumento, provocado por transmissões familiares, está em linha com todo o país.
“Desde o início da época escolar, foram surgindo muitos casos, que vinham de transmissão familiar. E a investigação epidemiológica fazia com que muitas das turmas fossem para casa em isolamento profilático. O que provocou, em todo o país, um número muito grande de turmas no domicilio e um número elevado de casos que antes não tinha existido, um número tão grande de crianças em idade escolar com teste positivo”, acrescentou.
De acordo com a delegada de Saúde regional, no Algarve, que teve uma média de 350 a 400 casos diários nos últimos dez dias, o “momento é complicado e de exigência, tal e qual como em todas as regiões no país”.
Desde o início da pandemia, a região soma um total de 13.910 casos confirmados até quinta-feira.
Estão ativos 5.074 e 233 pessoas encontram-se internadas, das quais 33 nos cuidados intensivos e 17 ventilados.
As “principais preocupações” das autoridades de saúde regionais prendem-se com os lares de idosos – existem mais de 100 na região, legais e ilegais – e com as unidades de cuidados continuados.
“Existem 12 instituições [lares de idosos], neste momento, com surtos”, com um total de 421 casos, entre residentes e funcionários, revelou Ana Cristina Guerreiro.
Em relação à capacidade de testagem, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, realçou que a região está acima da média nacional, rondando atualmente os dois mil testes diários – sete vezes mais do que na primeira vaga, em março (cerca de 300 por dia).
“É um incremento notável. Estamos de facto a testar e a testar muito. Diria até, em termos percentuais, acima daquilo que é a média nacional, em termos de testagem por 100 mil habitantes. Estamos a testar muito na região e é um aspeto sobre o qual queria tranquilizar os algarvios, passando esta mensagem”, salientou.
Quanto à vacinação, já foram vacinados 2.000 profissionais de saúde, além de 2.000 utentes de lares e unidades de cuidados continuados integrados da região.
“Nos concelhos do sotavento, esse processo está terminado e está a decorrer agora nos concelhos do Algarve central e do barlavento, prosseguindo ao longo dos próximos dias. Está a fluir sem problemas, sem efeitos secundários graves da vacina, sem complicações”, sublinhou o presidente da ARS/Algarve.
O responsável realçou ainda que a linha de apoio psicológico disponibilizada pelos centros de saúde da região algarvia está a ajudar um total de 263 pessoas.
“Houve um incremento dos pedidos nas últimas semanas. É um serviço importante, porque a pandemia traz consequências de ordem psicológica. Estão aí, existem, na população e nos profissionais, que estão sob grande pressão nos últimos meses”, disse Paulo Morgado.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.920 pessoas dos 609.136 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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