“Neste momento, estamos a estimar que teremos uma redução a metade do número de casos em aproximadamente 14 dias, o que significa que dentro de aproximadamente duas semanas poderemos chegar à zona dos três mil casos”, disse o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa na reunião que decorre no Infarmed, em Lisboa, onde está a ser analisada a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal.
Segundo Manuel do Carmo Gomes, a “grande desaceleração” do número de novos casos foi “verdadeiramente” observada entre 28 e 29 de janeiro, o que corresponde, contando com sete dias de atraso, às medidas que foram implementadas a partir do dia 21 de janeiro.
“Só a partir de 31 de janeiro, mas a começar logo a 28 de janeiro a velocidade de aquisição de novos casos começa finalmente a chegar a zero e a descer”, disse o especialista na reunião que reúne investigadores, o primeiro-ministro, o Presidente da República, a ministra da saúde, partidos, confederações patronais, estruturas sindicais e conselheiros de Estado.
Manuel do Carmo Gomes sublinhou que foi “a redução drástica dos contágios a partir do dia 21, e não antes, que causa esta descida abrupta em todas as idades”.
“A evolução da curva epidémica já em descida”, afirmou, sublinhando que o ‘R’ (índice de transmissibilidade) tem apresentado uma tendência descendente, neste momento estimado em 0,82.
O investigador explicou que para um determinado nível de confinamento, o ‘R’ começa por descer e depois tem tendência a estabilizar. “Neste momento, ele está negativo, há sinais muito leves de estabilização, temos que esperar os próximos dias para ver”.
Mas, acrescentou, “o facto de o ‘R’ estar com um nível baixo (0,82) significa que o número de casos vai continuar a descer, mas a velocidade a que desce pode parar de aumentar”.
A doença matou 14.354 pessoas em Portugal, entre os 767.919 casos de infeção com o coronavírus que a provoca, o SARS-CoV-2.
O novo coronavírus foi detetado pela primeira vez na China no final de 2019, e, desde então, provocou mais de 2,3 milhões de mortos.
Lusa/HN
0 Comments