Rui Araújo, coordenador da força-tarefa para a Prevenção e Mitigação da covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) disse aos jornalistas que se trata de quatro habitantes da mesma aldeia.
A deteção dos casos levou o Governo a subir o nível de alerta para 3, a fase de “mitigação”, mantendo a cerca sanitária.
“As autoridades estão a dar instruções para não sair da aldeia para dar tempo a que toda a população seja controlada. Se não forem detetados mais casos, poderão retomar os movimentos”, disse.
“Temos que ter a certeza de que não há outros focos”, afirmou.
O foco da atenção é o posto administrativo de Fatumean, na parte ocidental do município de Covalima, em concreto no suco (freguesia) de Belulik Leten e na aldeia de Clau Halec, onde vivem cerca de 570 pessoas, segundo os dados atualizados do Governo timorense.
Rui Araújo disse que a origem dos casos ainda está a ser investigada por equipas de vigilância, recolhendo amostras a contactos.
“Não sabemos se houve ou não transmissão local. Pode tratar-se de casos importados clandestinamente por pessoas que atravessaram a fronteira”, disse.
Rui Araújo destacou que as aldeias estão muito próximo à fronteira e estão a ser feitos contactos pelas autoridades de saúde e locais para identificar uma possível situação de travessias irregulares na fronteira.
“Os casos positivos são assintomáticos. Estão a ser transferidos para o centro de isolamento em Díli”, referiu.
Belulik Leten (Água Benta) em tétum é um suco localizado a oeste da sede administrativa do posto administrativo, colado à fronteira com a Indonésia, numa zona montanhosa a mais de 650 metros de altitude.
Com uma área de cerca de 41 quilómetros quadros, o suco tem quatro aldeias – Baleo Quic, Belulic Craic, Clau Halec e Mane Ouic – e uma população que há muito tem uma convivência transfronteiriça, por relações familiares, comerciais e até de produção agrícola.
O primeiro resultado positivo foi detetado numa primeira ronda de testes em massa – já foram realizados quase 3.000 desde 16 de fevereiro – que estão a ser conduzidos nos municípios fronteiriços de Covalima e Bobonaro e no enclave de Oecusse-Ambeno.
O primeiro caso foi detetado em testes aleatórios em massa na zona que faz fronteira com Timor Ocidental, numa mulher que diz não ter viajado, apesar de o seu marido ter alguns campos de cultivo próximo da indonésia.
A deteção do caso levou as autoridades a ampliar a zona de testagem, com o rastreio de contactos a abranger 13 membros da mesma família e 11 de vizinhos, que foram testados.
“Entre essas pessoas testadas foram detetadas mais duas pessoas da mesma família e mm vizinho positivos”, explicou Rui Araújo.
Até ao momento e segundo as fontes do Ministério da Saúde ouvidas pela Lusa já foram feitos dezenas de testes só na zona de Fatumea, estando as amostras ainda a ser analisadas.
Localidades próximas à zona onde os casos foram detetados – e que estava já sob cerca sanitária, com proibição de circulação para outros distritos -, foram visitadas no fim de semana por uma delegação liderada pela ministra da Saúde, Odete Belo.
“A visita não teve um objetivo muito importante, mas a minha presença serviu apenas para motivação de todo o pessoal de saúde”, disse a ministra.
Atualmente há 25 casos ativos no país, com um total de 107 infetados desde o início da pandemia.
Lusa/HN
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