“O Governo Regional falhou o objetivo de cobertura de médico de família à população”, declarou a deputada socialista na Assembleia Legislativa da Madeira Sofia Canha em conferência de imprensa.
A porta-voz da maior bancada da oposição no parlamento madeirense, que tem 19 dos 47 deputados da assembleia regional, recordou que o executivo insular estabeleceu como objetivo uma taxa de cobertura de médicos de família na ordem dos 80%, em 2019.
No entanto, “mais de 30% da população desta região autónoma continua sem médico e enfermeiro de saúde familiar”, frisou a deputada.
Isto significa que “há mais de 87.000 pessoas sem acesso a cuidados de saúde familiar na Madeira e no Porto Santo”, salientou Sofia Canha.
A socialista também apontou que, “apesar de a média nacional de cobertura ter vindo a melhorar, incluindo na Madeira, “é preciso assegurar que todos os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde” e considerou que a região “se destaca pela negativa”.
A deputada argumentou ainda que Lisboa “é uma das regiões com mais carência de médicos de família”, mas onde os “níveis de risco de pobreza e exclusão social são os mais baixos do país (14,6%)”, tendo “muito mais oferta no privado e no regime convencionado”.
Por seu lado, a Madeira foi a região do país com a mais elevada taxa de risco de pobreza em 2020 (32,9%) e onde “milhares de pessoas poderão estar privadas de cuidados de saúde primários”, alertou.
Sofia Canha indicou ainda que há “uma larga percentagem de pessoas excluídas das listas médicas e não têm condições económicas para recorrer aos privados”.
“Em vez de se fomentar a medicina preventiva, está-se a promover o recurso às urgências”, mencionou.
A deputada indicou que as pessoas com recursos económicos conseguem resolver a situação, mas ficam “em risco aqueles que vivem no limiar da pobreza e não têm escolha ou alternativa”.
Sofia Canha defendeu a importância de “uma melhor racionalização de recursos, já que os recursos humanos em Saúde, sobretudo médicos e enfermeiros de saúde familiar, não abundam na medida das necessidades ideais”.
“Importa definir prioridades e necessidades com justiça e equidade, repensando as formas de organização das listas médicas, para que os recursos humanos sejam potenciados e canalizados para quem realmente precisa”, concluiu.
Lusa/HN
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