Ministério da Saúde cria nova Comissão Nacional de Trauma

5 de Março 2021

A criação de uma via verde do trauma na prestação de cuidados de saúde pré e intra-hospitalar é uma das novas competências da renovada Comissão Nacional de Trauma, segundo um despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República.

O despacho do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, renova a constituída Comissão Nacional de Trauma, que passa ser integrada por representantes dos diversos organismos do Ministério da Saúde com atribuições no domínio da saúde e da gestão dos meios “especialmente relevantes para a coordenação respeitante ao trauma”.

Além de garantir a implementação da via verde do trauma, esta comissão vai propor o modelo de funcionamento e articulação dos agentes participantes na rede, identificar e fomentar a divulgação e implementação de normas de boa prática e avaliar as necessidades em matéria de equipamentos e infraestruturas nos serviços de urgência integrados na rede hospitalar de urgência e emergência.

O despacho estabelece também que a comissão proponha a criação do Registo Nacional de Trauma nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e meios de emergência médica pré-hospitalar e na rede hospitalar de urgência e emergência, e consequente vigilância epidemiológica do trauma em Portugal, em articulação com o INEM, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

A Comissão Nacional de Trauma, que até 31 de março deve apresentar um plano de atividades para o ano de 2021, tem também como competências promover a indicação de coordenadores locais de trauma, de cada instituição da rede hospitalar com serviço de urgência médico-cirúrgico e polivalente, avaliar os mecanismos de gestão e reserva de produtos sanguíneos relevantes neste contexto e identificar a pertinência de constituição de uma componente específica no âmbito da Reserva Estratégica do Medicamento.

Segundo o despacho, a comissão deve ainda valorizar a relevância da problemática da violência doméstica, ponderar a possibilidade da criação de um percurso clínico para a melhor identificação e sistematização da gestão clínica da situação do doente geriátrico com fratura proximal do fémur, em colaboração com a DGS e o INSA.

A comissão, que tem um mandato de dois anos, funciona na dependência direta do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde e os seus membros não recebem qualquer remuneração.

A Comissão Nacional de Trauma foi criada em 2017 e integrou representantes dos diversos organismos do Ministério da Saúde que, em estreita articulação com entidades do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Defesa Nacional, “procuraram valorizar uma perspetiva multidisciplinar dos desafios e a gestão integrada do doente vítima de trauma”.

O despacho refere que esta articulação “motivou o trabalho conjunto com diversas ordens profissionais e uma grande multiplicidade de sociedades científicas nacionais, assim como a colaboração de entidades britânicas e alemãs de referência internacional”.

“Presentemente, reconhecendo a necessidade de continuidade do investimento numa melhor organização multiprofissional e multidisciplinar ao longo da cadeia de socorro, tratamento e reabilitação, intercetando as fases pré-hospitalar, intra-hospitalar e inter-hospitalar, procede-se à definição de um conjunto de medidas com o objetivo de implementar e acompanhar o tratamento do doente traumatizado”, sublinha o despacho, assinado por António Lacerda Sales.

De acordo com o secretário de Estado, as ações mencionadas procuram promover uma abordagem do doente, “mais eficiente, através da interoperabilidade funcional e técnica, ao nível do circuito de encaminhamento e do percurso clínico a observar, das normas assistenciais a respeitar e dos processos de recolha e tratamento de dados”.

Lusa/HN

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