Comissão Europeia prolonga mecanismo de controlo de exportação de vacinas

11 de Março 2021

A Comissão Europeia prolongou esta quinta-feira até ao final de junho o mecanismo de transparência e autorização para as exportações de vacinas contra a Covid-19, face aos “atrasos persistentes em alguns fornecimentos” para a União Europeia.

Adotado pelo executivo comunitário no final de janeiro, para assegurar que as vacinas produzidas na Europa cobrem toda a população europeia e que os fornecimentos previstos nos contratos assinados com as empresas farmacêuticas são respeitados, este mecanismo era válido até 12 de março.

Bruxelas decidiu agora prolongá-lo por mais três meses e meio.

Ao tomar hoje esta decisão, a Comissão sublinhou que este mecanismo não impede que a União Europeia seja o exportador “número um” de vacinas contra a Covid-19 para o resto do mundo.

“As primeiras semanas de aplicação deste instrumento demonstraram que as perturbações comerciais receadas por muitos não ocorreram. Desde que o mecanismo foi introduzido, foram autorizadas remessas para mais de 30 países. Tal confirma que, mesmo numa situação sanitária muito crítica, a UE fez um esforço considerável para ser um parceiro comercial fiável e responsável”, comentou o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis, responsável pela pasta do Comércio.

De acordo com os dados divulgados pela Comissão, desde que o mecanismo de controlo de exportações foi implementado há seis semanas, foram autorizados 249 pedidos de exportação de vacinas contra a Covid-19 para 31 países, num total de 34 milhões de doses, “uma vez que não ameaçavam os compromissos contratuais entre a UE e os produtores de vacinas”, tendo sido rejeitado apenas um pedido.

Bruxelas aponta que os principais destinos das exportações das vacinas são o Reino Unido, com aproximadamente 9,1 milhões de doses, o Canadá (3,9 milhões) e o México (3,1 milhões).

Já a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, insistiu na expectativa de Bruxelas de que as empresas com as quais a Comissão assinou contratos para o fornecimento de vacinas contra a Covid-19 “cumpram as suas obrigações para com os cidadãos da UE”.

“A UE exporta volumes muito significativos de vacinas contra a Covid-19, fiel aos nossos compromissos com a solidariedade global. No entanto, nem todas as empresas estão a honrar os seus acordos com a UE, apesar de terem recebido pré-pagamentos para permitir uma produção suficiente. Vamos insistir no cumprimento dos contratos e continuaremos a trabalhar com as empresas para aumentar a produção na Europa tão depressa quanto possível”, afirmou Kyriakides.

Na origem da criação do mecanismo de controlo de exportações de vacinas contra a Covid-19 esteve o anúncio da AstraZeneca, em janeiro, de que estaria em condições de garantir apenas um quarto das doses contratualizadas com a UE.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Chamadas para o SNS24 disparam 71% ao ano, mas taxa de atendimento cai para 75%

O serviço de atendimento telefónico SNS24 registou um crescimento anual de 71% no volume de chamadas desde 2023, ultrapassando os níveis pré-pandemia. Contudo, a capacidade de resposta não acompanhou este boom, com a taxa de chamadas atendidas a cair para 74,9%, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo

ULSEDV Promove Primeiro Encontro Conjunto para Cuidados da Mulher e da Criança

A Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga organiza a 11 e 12 de novembro de 2025 as suas primeiras Jornadas da Saúde da Mulher e da Criança. O evento, no Europarque, em Santa Maria da Feira, visa consolidar a articulação clínica entre os hospitais e os centros de saúde da região, num esforço para uniformizar e melhorar os cuidados prestados.

Projeto “Com a Saúde Não Se Brinca” foca cancro da bexiga para quebrar estigma

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde lançou uma nova temporada do projeto “Com a Saúde Não Se Brinca” dedicada ao cancro da bexiga. Especialistas e doentes unem-se para combater o estigma em torno dos sintomas e alertar para a importância do diagnóstico atempado desta doença, que regista mais de 3.500 novos casos anuais em Portugal.

Maria Alexandra Teodósio eleita nova Reitora da Universidade do Algarve

O Conselho Geral da Universidade do Algarve elegeu Maria Alexandra Teodósio como nova reitora, com 19 votos, numa sessão plenária realizada no Campus de Gambelas. A investigadora e atual vice-reitora, a primeira mulher a liderar a academia algarvia, sucederá a Paulo Águas, devendo a tomada de posse ocorrer a 17 de dezembro, data do 46.º aniversário da instituição

Futuro da hemodiálise em Ponta Delgada por decidir

A Direção Regional da Saúde dos Açores assegura que nenhuma decisão foi tomada sobre o serviço de hemodiálise do Hospital de Ponta Delgada. O esclarecimento surge após uma proposta do BE para ouvir entidades sobre uma eventual externalização do serviço, que foi chumbada. O único objetivo, garante a tutela, será o bem-estar dos utentes.

Crómio surge como aliado no controlo metabólico e cardiovascular em diabéticos

Estudos recentes indicam que o crómio, um mineral obtido através da alimentação, pode ter um papel relevante na modulação do açúcar no sangue e na proteção cardiovascular, especialmente em indivíduos com diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Uma meta-análise publicada na JACC: Advances, que incluiu 64 ensaios clínicos, revela que a suplementação com este oligoelemento está associada a melhorias em parâmetros glicémicos, lipídicos e de pressão arterial, abrindo caminho a novas abordagens nutricionais no combate a estas condições

Alzheimer Portugal debate novos fármacos e caminhos clínicos em conferência anual

A Conferência Anual da Alzheimer Portugal, marcada para 18 de novembro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai centrar-se no percurso que vai “Da Ciência à Clínica”. Especialistas vão analisar os avanços no diagnóstico, novos medicamentos e a articulação entre cuidados de saúde e apoio social, num evento que pretende ser um ponto de encontro para famílias e profissionais

Bayer anuncia redução significativa de marcador renal com finerenona em doentes com diabetes tipo 1

A finerenona reduziu em 25% o marcador urinário RACU em doentes renais com diabetes tipo 1, de acordo com o estudo FINE-ONE. Este é o primeiro fármaco em mais de 30 anos a demonstrar eficácia num ensaio de Fase III para esta condição, oferecendo uma nova esperança terapêutica. A segurança do medicamento manteve o perfil esperado, com a Bayer a preparar-se para avançar com pedidos de aprovação regulatória.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights