Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.009 óbitos no Brasil, número bastante inferior ao registado na terça-feira, dia em que o país alcançou o recorde trágico de 3.251 mortes num único dia.
O Brasil, que apenas nos últimos dois meses e meio somou 100 mil óbitos, tornou-se assim o segundo país a atingir a trágica barreira das 300 mil vítimas mortais da pandemia, depois dos Estados Unidos.
Enquanto o país sul-americano demorou quase onze meses para somar as primeiras 200 mil vítimas mortais, as outras 100 mil foram contabilizadas em apenas dois meses e meio.
O total de vítimas da covid-19 no Brasil pode ser ainda maior, tendo em conta a subnotificação e óbitos que ainda aguardam confirmação dos testes ao novo coronavírus.
O país sul-americano teve ainda hoje o seu terceiro dia com mais infeções pelo novo coronavírus de sempre, após ter somado 89.992 diagnósticos, elevando o total para 12.220.011 casos positivos.
Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico difundido pelo Ministério da Saúde brasileiro, que dá conta de uma taxa de incidência da doença no país de 143 mortes e 5.815 casos por 100 mil habitantes.
Os números de hoje poderiam ainda ser superiores, caso não tivesse ocorrido uma mudança no sistema de notificação de Ministério da Saúde, que passou a exigir mais dados sobre cada vítima da doença no país.
A mudança, que, entretanto, já foi anulada pela tutela, teve impacto no número de mortes por Covid-19 em alguns Estados, como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Por exemplo, São Paulo, foco da pandemia no país, somou hoje 281 óbitos no novo sistema de contabilização da pasta da Saúde, após ter batido um recorde de 1.021 vítimas mortais na terça-feira.
Tal como tem acontecido nas últimas semanas, o Brasil, com 212 milhões de habitantes, é, de longe, o país com maior número de vítimas mortais e de novos casos em 24 horas.
Estes números confirmam o Brasil como o país com mais mortes e infeções pelo novo coronavírus acumulados nos últimos dias, em todo o mundo, sendo a segunda nação com maior número total de óbitos e infeções, apenas atrás dos Estados Unidos.
O agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil deve-se, em parte, à circulação no país de novas estirpes do vírus, entre elas a P.1, detetada no Amazonas.
A situação levou vários hospitais do país ao colapso, sendo que em 25 das 27 unidades federativas do país a taxa de ocupação de unidades de cuidados intensivos ultrapassa 80% e causou uma preocupante escassez de oxigénio e medicamentos necessários para intubar os pacientes.
Apesar de governadores e prefeitos tentarem travar a disseminação do vírus através da implementação de medidas restritivas, estas não foram aplicadas a nível nacional, conforme ocorreu em outros países.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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