A Customs and Border Protection (CBP), agência federal alfandegária, confirmou à Lusa que das 34,6 milhões de máscaras falsificadas que foram apreendidas nos EUA desde o início da pandemia de covid-19, a maior parte, 20 milhões, foi detetada entre 01 de janeiro e 31 de março deste ano.
A maioria das apreensões são provenientes da “Ásia de leste” ou China e são falsificações dos modelos de respiradores N95 e máscaras KN95.
“Os falsificadores são experientes e acompanham de perto as tendências na demanda do consumidor” explica a agência alfandegária norte-americana, em resposta escrita a perguntas da Lusa.
Os produtos contrafeitos são vendidos muitas vezes a preços inflacionados, para aumentar o ganho económico dos falsificadores, mas são ineficazes na proteção contra a contaminação pelo coronavírus responsável pala pandemia, com riscos particularmente altos para profissionais de saúde.
“Respiradores falsificados podem não ser eficazes na filtragem de partículas transportadas pelo ar ou em impedir que gotas contaminem o rosto do usuário”, sublinha a CBP.
Os consumidores podem também ter uma “falsa sensação de segurança” sem saberem que os produtos são ineficazes, o que pode facilitar a transmissão do coronavírus, alerta também a agência de alfândegas dos EUA.
As máscaras falsas são feitas à semelhança dos produtos da 3M, um conglomerado norte-americano no campo da indústria, bens de consumo e saúde e são, por vezes, identificadas por fortes cheiros químicos ou erros gramaticais de inglês nas embalagens.
Exemplos de apreensões realizadas pela CBP são uma a 05 de março, no aeroporto internacional de Chicago, que resultou em 65 mil máscaras da 3M contrafeitas provenientes da Colômbia, ou em 15 de janeiro, no aeroporto internacional JFK de Nova Iorque, com mais de 100 mil máscaras contrafeitas originárias de Hong Kong.
Segundo as informações da CBP enviadas à Lusa, desde 01 de janeiro de 2020 até 31 de março de 2021, foram apreendidos também 178 mil ‘kits’ de despistagem da covid-19 proibidos pela administração norte-americana do medicamento, por falta de licenciamento ou por não satisfazerem condições legais.
No mesmo período, entre os produtos falsos contra a covid-19 foram confiscados também 37 mil “colares anti-covid”, um objeto com as fitas usadas para credenciais, que sustentam à volta do pescoço um pacote com produtos químicos e que alegam ter o poder de repelir o novo coronavírus.
Foram também apreendidos 300 mil contentores de gel sanitário para as mãos, em 36 incidentes, que não tinham o conteúdo de álcool mínimo requerido para serem eficazes.
A Customs and Border Protection, que supervisiona 328 pontos de entrada por via aérea, terrestre e aquática, acusa que “os falsificadores têm tentado explorar a alta procura por equipamentos de proteção pessoal, produtos farmacêuticos e produtos de limpeza doméstica, para vender versões falsificadas ou não autorizadas desses itens” desde o início da pandemia.
Os produtos contrafeitos são identificados por estarem fora dos padrões fixados por diversas agências governamentais norte-americanas, como a Food and Drug Administration (entidade garante da segurança alimentar e de medicamentos), Agência de Proteção Ambiental ou o Instituto de Segurança e Saúde.
“Trabalhamos em estreita colaboração com agências governamentais para entender melhor os padrões federais para produtos necessários para a resposta à covid-19”, escreve a CBP.
Esse estudo sobre padrões de produção é feito também ao lado de fabricantes de produtos farmacêuticos e equipamentos de proteção pessoal.
Desde o início da pandemia, há mais de um ano, foram revistos dados comerciais e redes de abastecimento existentes. A comparação permitiu à CBP “observar novos importadores, novos locais de importação e novos produtos manufaturados”.
NR/HN/LUSA
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