Cabo Verde cria núcleo para coordenar vacinação com diretor de Saúde e militares

19 de Maio 2021

O diretor nacional de Saúde de Cabo Verde, Jorge Noel Barreto, vai liderar o Núcleo de Coordenação Operacional (NCO) responsável pelo planeamento estratégico da vacinação contra a Covid-19 no arquipélago, com o apoio de quatro militares.

A medida consta de uma resolução do Conselho de Ministros de 17 de maio, consultada hoje pela Lusa, que procede ao “ajustamento” da Comissão Nacional de Coordenação (CNC) para a introdução da vacina contra a Covid-19 em Cabo Verde, criada anteriormente.

“É criada uma estrutura central especificamente designada para coordenar a condução e execução do processo de vacinação, denominada de Núcleo de Coordenação Operacional, à qual compete o controlo e a avaliação das diferentes etapas do processo a nível nacional, a harmonização dos planos e cronogramas de execução municipais, bem como a otimização dos métodos, procedimentos e tempos”, lê-se.

O novo núcleo conta com um grupo coordenador, segundo a mesma resolução, presidido pelo diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, e que integra ainda o coronel Carlos Monteiro, do Estado-Maior das Forças Armadas, e três oficiais das três regiões militares do arquipélago.

O NCO assume “competências de planeamento, controlo e avaliação do processo de vacinação a nível nacional”, e são suas atribuições, também, “monitorizar e avaliar a eficiência do processo de execução em função dos métodos, procedimentos e tempos” e “zelar pelo cumprimento escrupuloso do processo de vacinação a curto e médio prazo, através de uma gestão rigorosa das vacinas e das listas de pessoas habilitadas à vacinação, que controle perdas ou desvios do plano”.

O primeiro-ministro cabo-verdiano agradeceu a Portugal, na madrugada do passado sábado, a doação de 24.000 doses de vacinas contra a Covid-19, assumindo que permitirá manter o processo de vacinação e atingir a meta de 70% da população imunizada este ano.

“Agradecer ao Governo português por este gesto, num momento em que a vacina é um bem raro, que todos os países estão à procura do mesmo. Vai ter uma grande importância no nosso processo de vacinação”, destacou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em declarações aos jornalistas no aeroporto da Praia, após a descarga deste lote de vacinas da AstraZeneca, doado por Portugal e transportado num avião da TAP.

O chefe do Governo cabo-verdiano disse que a doação vai permitir “evitar que haja descontinuidade” no processo de vacinação contra a Covid-19 em curso no arquipélago desde 19 de março, “mantendo” o compromisso de imunizar 70% da população até final do ano.

Cabo Verde já tinha recebido 24.000 doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca em 12 de março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, no âmbito do mecanismo Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.

Desde 19 de março, o arquipélago já vacinou mais de 15.900 pessoas com pelo menos a primeira dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, dos quais 94% são profissionais de saúde.

Através do mecanismo Covax, segundo Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde espera receber mais 80.000 doses de vacinas contra a Covid-19, embora ainda não haja datas definidas para essa entrega.

“Estamos também em contacto com o Governo dos Estados Unidos da América, estamos em contacto com outros parceiros bilaterais para ver se conseguimos ter as vacinas necessárias para atingirmos a meta que nós definimos”, disse ainda.

Cabo Verde regista hoje 2.560 casos ativos de Covid-19, com um acumulado de 28.410 infetados, 25.581 recuperações e 252 mortes por complicações associadas à doença desde 19 de março de 2020.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.406.803 mortos no mundo, resultantes de mais de 164,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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