Representante da OMS em Cabo Verde diz que restrições começam a fazer efeito

21 de Maio 2021

O número de casos ativos de Covid-19 em Cabo Verde caiu 23% desde 07 de maio, quando foi atingido o pico de 3.268 infetados, com o representante OMS a admitir que as restrições decididas pelo Governo estão a fazer efeito.

De acordo com Hernando Agudelo, representante da Organização Mundial da Saúde em Cabo Verde, há duas semanas que o número de casos está em queda, após oito semanas de subida, até ao pico de 417 novos casos confirmados no dia 05 de maio e um máximo de 3.268 casos ativos em todo o país dois dias depois.

“Demonstra que as medidas que têm sido tomadas, de contenção nas pessoas, provavelmente estão já a produzir um efeito na diminuição do número de contágios”, disse hoje Hernando Agudelo, em declarações à Lusa.

Vários meses depois, o Governo de Cabo Verde voltou a decretar, em 30 de abril, a situação de calamidade em todas as ilhas, exceto na ilha Brava, por um período de 30 dias, agravando medidas de limitação de atividades com aglomerações de pessoas, face ao aumento dos novos casos de Covid-19.

Na quinta-feira, Cabo Verde registava 2.512 casos ativos de Covid-19 – quando no início de março eram cerca de 300 -, com um acumulado de 28.898 infetados, 26.116 recuperados e 253 mortes por complicações associadas à doença desde 19 de março de 2020.

Apesar de estar a descer, a taxa de incidência da Covid-19 a nível nacional está em 672 casos por 100 mil habitantes, segundo dados da Direção Nacional de Saúde.

“Temos de ter medidas de contenção, assegurar que há medidas para evitar o contágio entre as pessoas, que as pessoas estejam conscientes, que colaboram, para fazer com que os contágios diminuam”, afirmou Hernando Agudelo.

Admitiu também o contributo que será dado através do incremento do processo de vacinação, com a doação de 24.000 doses de vacinas por Portugal e a entrega nos próximos dias, através do mecanismo Covax, de mais 31.200 doses.

Cabo Verde estava a registar valores máximos de novos infetados consecutivos desde 31 de março, quase todos os dias acima de 200 e até ao pico de 417 casos em 05 de maio, quando o máximo anterior a este período foi de 159 novos casos, em 11 de outubro de 2020.

Face à situação epidemiológica em todo país, o Governo decretou a situação de calamidade, até pelo menos ao final de maio, ficando encerradas as instalações e proibidas as atividades coletivas de desporto, de lazer e de diversão e foram encerradas as instalações e proibidas as atividades públicas, artísticas e culturais, quando realizadas em condições que ultrapassem a lotação máxima de 150 pessoas, que favorecem a aglomeração de pessoas, que não garantem o distanciamento físico e não cumprem com as regras sanitárias especificamente aprovadas para o efeito.

Também permanecem encerradas todas e quaisquer atividades de lazer e diversão em estabelecimentos com espaços utilizados para dança, nomeadamente discotecas, clubes, ‘pub dancing’ e salões ou nos locais onde se realizem festas.

Ficam também proibidas as festas, sejam privadas, públicas ou em espaços públicos, enquanto os convívios em contexto familiar, em residências particulares, devem preferencialmente cingir-se aos coabitantes, ainda segundo as medidas anunciadas anteriormente pelo ministro da Administração Interna, Paulo Rocha.

Relativamente a horários de funcionamento, o Governo determinou que nas ilhas em situação de calamidade os estabelecimentos de consumo de bebidas alcoólicas, nomeadamente, bares e esplanadas, poderão funcionar até às 21:00 e o atendimento ao público em restaurantes, locais de venda ou consumo de refeições rápidas e similares apenas é permitido até às 23:00.

Para o executivo, as medidas agora adotadas dizem respeito à reposição de limitações à prática e ao funcionamento das atividades que propiciam o ajuntamento de pessoas e, sobretudo, o contacto físico direto entre estas.

LUSA/HN

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