Vice-presidente diz que general pode ser punido por participar em protesto no Brasil

24 de Maio 2021

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse esta segunda-feira que o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pode ser punido pelo Exército por ter comparecido no domingo a um ato político promovido pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro.

“É um assunto interno do Exército”, mas “é provável que seja punido” afirmou Mourão, explicando que o regimento interno das Forças Armadas veta a participação de militares em atos explicitamente políticos.

Mourão, que é general do Exército reformado, chegou pessoalmente a sofrer punição por se ter manifestado politicamente contra a ex-presidente Dilma Rousseff quando ainda estava no cargo.

Pazuello foi ministro da Saúde do Brasil por 10 meses, entre maio de 2020 e março de 2021, e está a ser investigado pela justiça por suspeitas de irregularidades à frente da pasta.

O ex-ministro da Saúde participou no domingo de uma caravana que reuniu centenas de motociclistas, convocada e liderada por Bolsonaro nas ruas do Rio de Janeiro.

No final, o Presidente brasileiro dirigiu-se aos seus seguidores de um palco improvisado, onde também estava Pazuello.

A manifestação não cumpriu as medidas de distanciamento social vigentes no Rio de Janeiro para conter a proliferação da Covid-19.

Tanto Bolsonaro quanto Pazuello e a maioria dos presentes não usavam máscaras, algo comum entre os partidários do Presidente brasileiro que minimizam a gravidade da pandemia.

No caso de Pazuello, além de ter violado as regras das Forças Armadas que vetam a participação em atos políticos, sua presença também foi condenada por senadores de uma comissão parlamentar que investiga possíveis omissões do Governo no combate ao novo coronavírus.

O general testemunhou perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, na semana passada e disse sob juramento que sempre foi um promotor do distanciamento social e do uso de máscaras.

“Não tenho dúvidas de que ele [Pazuello] deve ser convocado novamente pela comissão, porque está comprovado que ele mentiu e mentiu muito”, declarou hoje o senador Omar Aziz, presidente da CPI da covid-19.

Segundo Aziz, as “mentiras” de Pazuello à comissão foram “provadas” com sua participação numa manifestação política que, em sua opinião, foi “uma volta de moto do apocalipse” que “parecia comemorar as 450 mil mortes” por Covid-19 no país.

O Brasil registou 449.068 mortes e mais de 16 milhões de casos de Covid-19.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.465.398 mortos no mundo, resultantes de mais de 166,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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