Macau, com uma população de cerca de 680 mil habitantes, apesar de a vacinação ser gratuita, estar em vigor desde fevereiro e de poderem escolher o dia e a hora em que se querem vacinar, apenas cerca de 10% tomou as duas doses.
Segundo os últimos dados oficiais, 52.246 foram inoculadas com a 1.ª dose da vacina e 68.149 tomaram as duas doses da vacina.
Já em Hong Kong, 1.442.878 (22%) de pessoas receberam a primeira dose e 1.059.737 (16,2%) já estão completamente inoculados.
Para o professor da faculdade de humanidades e ciências sociais da Universidade Cidade de Macau, esta é uma questão peculiar já que ambas as populações são chinesas.
“A taxa de vacinação em Hong Kong é um pouco mais elevada do que a de Macau, porque agora temos cerca de 16% das pessoas de Hong Kong que receberam duas injeções da vacinação, o que é um pouco mais elevado do que a de Macau”, detalhou
“A pandemia em Macau foi contida e controlada bastante bem em comparação com Hong Kong é por isso que os residentes de Macau podem sentir-se um pouco à-vontade e adotam uma atitude de descontração, esperar para ver e assim por diante”, explicou.
Macau, um dos primeiros territórios a registar os primeiros casos, foi considerado um caso de sucesso no mundo, controlou as fronteiras, rastreou os casos suspeitos, impôs pesadas quarentenas obrigatórias a todos os que regressavam, disponibilizou máscaras a toda a população a um preço unitário a menos de 10 cêntimos e o seu uso era, e continua a ser, quase generalizado.
Essa receita mostrou-se um sucesso já que Macau detetou apenas 51 casos desde o início da pandemia, não registou qualquer surto local ou infetados entre os profissionais de saúde.
Já em Hong Kong, também com bons resultados iniciais, a situação foi menos bem controlada. Desde o início da pandemia da Covid-19, a região administrativa especial chinesa registou 210 mortos e 11.848 casos da doença. Ainda assim, o território não regista casos locais da doença há mais de um mês.
A desconfiança em relação às vacinas está na confiança no Governo, disse o académico que antes de lecionar em Macau, foi Chefe da Unidade Central de Educação em Saúde, Centro de Proteção da Saúde, Departamento de Saúde, Governo de Hong Kong e membro do Conselho Tutelar, Subcomité do Fundo de Promoção e Cuidados de Saúde na antiga colónia britânica.
“Um setor da população de Hong Kong, os residentes não estão confiantes, ou podem dizer que não confiam no Governo de Hong Kong. Alguns até adotam uma atitude anti-governo de Hong Kong que pode não ser boa em termos de saúde pública”, disse.
“Não estamos a falar de política e questões sociais, estamos apenas a falar de proteger a sua saúde”, afirmou.
A vacinação contra a Covid-19 ultrapassou os dois mil milhões de doses em todo o mundo em seis meses, num total de 215 países ou territórios abrangidos, anunciou segundo a Agência France Presse (AFP).
LUSA/HN
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