Autoridades de Macau querem testar clientes de restaurante chinês encerrado

14 de Junho 2021

As autoridades de Macau apelaram hoje às pessoas que estiveram no fim de semana num restaurante chinês no território, encerrado devido a um caso de contacto secundário, para realizarem testes de ácido nucleico ao novo coronavírus.

Em causa está um trabalhador no restaurante chinês Kirin Palace Cantonese Cuisine que esteve em contacto com uma pessoa que, por sua vez, foi considerada “contacto próximo” de um infetado na vizinha província chinesa de Cantão (Guangdong), no dia 04 de junho, durante uma viagem de comboio.

As autoridades de Macau foram alertadas pelas autoridades da cidade de Zhuhai no dia 13 de junho, um dia depois de o trabalhador ter regressado ao território, tendo decidido encerrar temporariamente o estabelecimento, de acordo com um comunicado do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Segundo a nota, os trabalhadores do restaurante foram colocados em observação médica e sujeitos a testes.

A coordenadora do Núcleo de Prevenção e Vigilância da Doença do território, Leong Iek Hou, apelou hoje às pessoas que “tenham estado no restaurante nos dias 12 e 13 de junho” para “contactarem os serviços de saúde para efeito de registo e depois fazerem o teste de ácido nucleico”.

Os testes serão realizados nos dias 16 e 17 de junho, informou ainda.

De acordo com as autoridades de saúde, o trabalhador em causa teve resultado negativo nos dois testes realizados, o primeiro em 10 de junho, antes de regressar ao território, e o segundo em 13 de junho, pelo que “o risco de infeção e de transmissão é baixo”.

Apesar disso, como se trata de “um estabelecimento de refeições com uma grande afluência de clientes”, as autoridades decidiram testar as pessoas que ali estiveram no fim de semana, “para diminuir o mais possível o risco de transmissão na comunidade”, adotando “medidas mais restritivas” do que “aquelas que foram preconizadas anteriormente para casos de pessoa de contacto próximo por via secundária”.

“O Governo também está a desenvolver uma aplicação de telemóvel para registar os percursos dos residentes”, de forma a facilitar a identificação de casos de contacto, anunciou o médico Tai Wai Hou, coordenador do plano de vacinação no território.

O médico precisou que a aplicação funcionaria de forma voluntária, sublinhando que as autoridades estão a estudar o seu desenvolvimento em contacto “com o gabinete de proteção dos dados pessoais”.

“O Governo não teria acesso a estes dados, ficariam apenas registados no telemóvel do utilizador”, esclareceu.

O médico alertou ainda que “neste momento, pode acontecer um surto em Macau”, apelando uma vez mais à população para que se vacine, “a forma mais eficiente para prevenir a infeção”.

Macau identificou apenas 52 casos desde o início da pandemia e não registou qualquer morte por Covid-19 nem qualquer surto comunitário.

No mesmo dia em que foi identificado o 52.º caso, em 10 de junho, Macau anunciou medidas preventivas devido ao novo surto de Covid-19 na vizinha província chinesa de Guangdong, exigindo agora a apresentação de um código de saúde ‘online’ na maioria dos espaços públicos, incluindo transportes, que diferencia por cores (verde, amarelo e vermelho) o risco potencial de contágio.

Guangdong, que registou mais de 100 casos locais desde 21 de maio, é o ponto de origem da maioria dos turistas e da força de trabalho em Macau.

As autoridades de Saúde de Macau apertaram também os controlos fronteiriços, exigindo, por exemplo, quarentena de 14 dias a quem chegar de alguns distritos das cidades de Cantão e de Foshan.

O aumento de casos em Guangdong está a traduzir-se numa diminuição no número de visitantes na capital mundial do jogo, que mostrava sinais de recuperação, após um ano em que a ausência de turistas afetou fortemente a economia do território.

LUSA/HN

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