Segundo o Statens Serum Institut, o caso foi detetado a 21 de junho num passageiro de um avião proveniente de Portugal.
Após a realização de um teste PCR e “sequenciamento do genoma completo”, o Delta Plus (mutação detetada no Nepal) foi encontrado a 25 de junho, lê-se no comunicado do instituto.
Tanto o passageiro infetado, como os viajantes do avião estão em isolamento, não se tendo registado ainda mais nenhum caso positivo.
Segundo o Statens Serum Institut, o Delta Plus (Delta-AY.1.) está relacionado com o aumento da infecciosidade e diminuição da eficácia dos anticorpos neutralizantes, mas dados preliminares indicam que as vacinas funcionam contra aquela mutação.
Casos de Delta-AY.1 já foram encontrados em todo o mundo em vários países.
“Para já, não há indicação de que o Delta-AY.1 esteja a espalhar-se mais do que a variante Delta sem a mutação K417N”, refere Troels Lillebæk, chefe do departamento do SSI e professor do Departamento de Saúde da Universidade de Copenhaga, no comunicado.
As autoridades de saúde estimam que a variante Delta do coronavírus, associada à Índia, seja responsável por mais de 70% dos casos de infeção em Lisboa e Vale do Tejo e que já seja a predominante em Portugal.
De acordo com o relatório das “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante Delta, considerada pelos especialistas mais contagiosa e classificada como de preocupação pela Organização Mundial de Saúde, está em “rápida expansão” em território continental, “à semelhança do que aconteceu no Reino Unido”.
“Com base na sequenciação genómica, a estimativa da proporção de casos SARS-CoV-2 da variante Delta para Portugal continental, de 2 a 15 de junho, foi de 51%”, refere o INSA, que avança ainda que apenas 3% devem pertencer à sublinhagem com a mutação de interesse K417N, designada como Delta Plus.
O investigador Miguel Castanho também explicou que a Delta Plus “tem uma mutação que já existia na mutação na variante da África do Sul (Beta), só que mutação nepalesa surge cumulativamente com as mutações da variante indiana”.
Segundo o investigador, a alteração na proteína, que origina a nova mutação, pode ter um impacto na interação com as células humanas e com os anticorpos e pode, portanto, conduzir a infeções, “mas à partida nem é possível prever, na nossa perspetiva do ser humano, se é para melhor ou para pior”.
LUSA/HN
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