Ensaios clínicos sugerem que vacina chinesa CoronaVac é segura em crianças e adolescentes

29 de Junho 2021

Resultados de ensaios clínicos de fase inicial e intermédia com crianças e adolescentes, na China, sugerem que a vacina chinesa CoronaVac contra a Covid-19 é segura e desencadeia uma forte resposta de anticorpos, foi esta segunda-feira divulgado.

Os ensaios clínicos de fase I e II envolveram 552 crianças e jovens saudáveis entre os 3 e os 17 anos, aos quais foram administradas as duas doses convencionadas para a vacina produzida pela empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac.

Segundo os resultados, divulgados em comunicado pela revista médica britânica The Lancet, mais de 90% dos menores desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença respiratória Covid-19, sendo a resposta proporcional à dosagem – quanto maior a dose de vacina administrada, maior a quantidade de anticorpos neutralizadores gerada.

Os autores do estudo observaram, ainda, que a quantidade de anticorpos produzidos é superior nas crianças e nos adolescentes do que nos adultos a partir dos 18 anos e recomendam, com base nos resultados obtidos, duas doses de 3 microgramas da vacina CoronaVac a crianças e adolescentes dos 3 aos 17 anos.

A maioria das reações adversas verificadas com a toma da vacina foi ligeira a moderada, sendo a dor no local da injeção a mais comum, em 73 do total de participantes.

O uso de emergência da CoronaVac em crianças com mais de 3 anos já está aprovado na China.

Do total de participantes, 72 foram inscritos no ensaio clínico de fase I, que decorreu entre 31 de outubro e 02 de dezembro de 2020, e 480 no ensaio de fase II, de 12 a 30 de dezembro de 2020.

A vacina (1,5 ou 3 microgramas por dose) ou um placebo foram dados por injeção intramuscular no primeiro dia do teste e passados 28 dias. Não se conhecem dados posteriores de seguimento dos participantes.

Os ensaios clínicos de fase I e II de um medicamento ou vacina experimentais visam avaliar a sua segurança e tolerância, bem como a sua potencial eficácia.

Os autores reconhecem limitações no seu trabalho, como o facto de terem englobado um pequeno número de participantes da mesma etnia e de não terem avaliado, a par da produção de anticorpos, a resposta das células imunitárias, que desempenham igualmente um papel importante no combate à infeção pelo SARS-CoV-2.

Apesar das limitações, a The Lancet realça que se trata dos primeiros dados publicados sobre a segurança e a resposta imunitária geradas por uma vacina contra a Covid-19 em crianças com 3 anos.

A pandemia da Covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 mortos em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção confirmados, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal morreram 17.086 pessoas e foram confirmados 875.449 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, tipo de vírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

LUSA/HN

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