“A posição do Governo português na altura do futebol e do caso concreto da Liga dos Campeões acho mal, a resposta do Governo português quando faz com o Reino Unido o mesmo que o Reino Unido nos está a fazer a nós, acho bem”, afirmou Rui Rio, que falava aos jornalistas em Vila Real após a apresentação das 14 candidaturas autárquicas por este distrito.
O líder do PSD disse que “faria exatamente a mesma coisa até porque nada está provado que o Reino Unido está em melhor situação” do que o nosso país.
“Bem pelo contrário, foram eles que vieram para cá trazer aquilo que é o nosso mal agora. Portanto dessa parte o Governo faz aquilo que lhe compete fazer e muito bem”, frisou
O Reino Unido foi incluído na lista de países cujos cidadãos serão sujeitos a quarentena de 14 dias após entrada em Portugal continental, segundo um despacho publicado no domingo pelo Governo e que entrou em vigor esta segunda-feira .
Os passageiros provenientes do Reino Unido ficam dispensados “se munidos de comprovativo de vacinação” completa, há pelo menos 14 dias, com uma vacina contra a Covid-19 autorizada na União Europeia.
Rui Rio reafirmou que em Portugal foram cometidos erros, designadamente ligados aos festejos no futebol, no Porto e em Lisboa e, depois, por consequência no Algarve através dos écrans gigantes que foram colocados em sítios onde havia muitos ingleses”.
“Cometemos esses erros e, agora, aquilo que temos que fazer é ter a coragem e a firmeza de tentar travar, ou seja, se nós agora não tomarmos as medidas que se impõem, que tecnicamente sejam de tomar, naturalmente que nós no futuro vamos sofrer muito mais”, salientou.
Por isso, repetiu que é preciso “incentivar o Governo e dar a coragem ao Governo para tomar essas medidas”.
“O mais popular seria ao contrário, seria eu tentar ver se nada anda para trás, se tudo anda para a frente, se as pessoas podem livremente fazer tudo aquilo que lhes apetece. Infelizmente se nós fizermos isso amanhã vai ser muito pior para a nossa vida sanitária e para a nossa economia”, salientou.
E frisou que, se lhe competisse decidir, “não hesitaria em tomar as medidas necessárias para travar este crescimento da pandemia”.
Quanto à situação do Algarve, onde foram também suspensas as aulas presenciais, Rui Rio disse que “obviamente que é preocupante”.
“Mas no Algarve eu acho que nós temos de fazer ali uma pequena afinação. Eu não disponho dos dados técnicos de que dispõe o Governo, mas há aqui uma característica muito própria do Algarve que é que tem uma dada população residente, mas depois, nos meses de verão, a população aumenta”, referiu.
E continuou: “Eu não sei também se estão a usar o denominador correto, ou seja, se estamos a medir por um determinado número de habitantes, quando neste momento no Algarve está lá muito mais gente e , portanto, os números podem não ser assim tão maus quanto aparentam porque o denominador do rácio tem que ser visto com esse cuidado”.
“Com isto não estou a dizer que não o estão a fazer, estou a dizer que não sei se o estão a fazer. Se o estiverem a fazer a situação é grave, se não o estiverem a fazer já não é tão grave assim”, salientou.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 de vítimas em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.086 pessoas e foram confirmados 875.449 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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