Faltam pelo menos 30 médicos no hospital de Ponta Delgada, denuncia Ordem

9 de Julho 2021

A presidente do Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Médicos, Margarida Moura, sinalizou esta sexta-feira a saída de mais cinco médicos do hospital de Ponta Delgada e reivindicou, "de imediato", um reforço de 30 profissionais.

Em declarações à agência Lusa, Margarida Moura referiu que nos últimos meses houve “mais cinco médicos que saíram do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, três por rescisão de contrato e dois em regime de mobilidade para o continente”.

A responsável, que referiu haver um “descontentamento dos médicos com o conselho de administração”, considerou que, além da necessidade imediata de “pelo menos 30 médicos”, os profissionais que já trabalham na unidade “também têm de ser bem tratados”.

Num comunicado enviado à Lusa, o Hospital do Divino Espírito Santo refere hoje que “denunciaram contrato de trabalho, desde fevereiro de 2021, dois médicos especialistas”.

“No mesmo período, registou-se a contratação de cinco médicos especialistas a tempo inteiro”, indica.

A unidade hospitalar destaca “ainda a contratação, em regime de prestação de serviços, de médicos de dermatologia, oftalmologia, medicina intensiva, anestesiologia, psiquiatria, ginecologia, medicina interna, neonatologia, cirurgia plástica e urologia, áreas assistenciais de elevada carência junto da população”.

A Lusa contactou o hospital, devido ao número de saídas referidas pela Ordem dos Médicos, mas a unidade remeteu para o comunicado.

O Hospital do Divino Espírito Santo indica que “foram ainda autorizados 36 pedidos de acumulação com entidade hospitalar privada a médicos” que laboram naquela unidade.

Em 29 de junho, o Conselho Médico dos Açores divulgou um inquérito aos hospitais e unidades de saúde “a fim de identificar a carência de médicos por especialidade e em cada uma das instituições”, tendo concluído que “estão em falta 212 médicos especialistas”.

Faltam 54 profissionais em medicina geral e familiar, 154 em diferentes especialidades hospitalares e quatro em saúde pública, sendo que as unidades de saúde de ilha mais carenciadas são as de Santa Maria, São Jorge e Pico, onde “tem sido muito difícil fixar médicos”.

Segundo o Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Médicos, nos hospitais, “onde se verifica maior carência é no Hospital do Divino Espírito Santo”.

“No que concerne às diferentes especialidades do Hospital do Divino Espírito Santo, a mais carenciada é a anestesiologia, seguida da medicina interna, pediatria, medicina intensiva, urologia e psiquiatria. No Hospital de Santo Espírito, na ilha Terceira, a especialidade mais carenciada é a ginecologia e obstetrícia, seguida da medicina interna. No Hospital da Horta as especialidades mais carenciadas são a obstetrícia e ginecologia, a medicina interna e a nefrologia”, aponta o estudo realizado.

LUSA/HN

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