Bombeiros do Distrito do Porto reclamam dívida de meio milhão a Hospital Tâmega e Sousa

16 de Julho 2021

A Federação dos Bombeiros Voluntários do Distrito do Porto acusou esta sexta-feira o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa de dever mais de 560 mil euros, admitindo cancelar o transporte de doentes não urgentes para aquela unidade de saúde.

Citado em comunicado enviado à Lusa, o presidente da federação, José Morais, alerta que a situação “está a causar problemas graves a 18 Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários [AHBV] do Distrito do Porto”.

“A capacidade para suportar os custos dos transportes, sem que os mesmos sejam atempadamente ressarcidos por quem os requisita, chegou ao limite”, notou.

Lembrando que a lei refere que “o pagamento dos serviços efetuados pelas AHBV a entidades públicas deve ser feito no prazo máximo de 45 dias”, José Morais diz que o atraso verificado faz parecer que Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (CHTS) “aparenta estar acima da lei”.

No comunicado, a federação revela que “a 11 de março o vogal financeiro do CHTS informou a federação das dificuldades e da previsível demora nos pagamentos”, informação que levou esta “a solicitar uma audiência ao presidente do Conselho de Administração, Dr. Carlos Alberto Silva que esbarrou num muro de silêncio até à presente data”.

Considerando-a “uma atitude autista”, diz também José Morais que “condiciona e fragiliza a já difícil gestão das associações humanitárias”, uma vez que o hospital “não paga há sete meses”.

O montante em dívida, frisou o presidente da federação, “é de 560.827 euros”, tendo o levantamento dos “valores em dívida sido efetuado junto das associações de Penafiel, Paredes, Entre-os-Rios, Cête, Baltar, Freamunde, Paços de Ferreira, Paço de Sousa, Lordelo, Rebordosa, Lixa, Felgueiras, Amarante, Marco de Canavezes, Lousada, Baião, Vila Meã e Santa Marinha do Zêzere”.

Neste contexto, acrescentou, as associações estão a “ponderar deixar de prestar serviço de transporte de doentes não urgentes” para aquele centro hospitalar, uma medida extrema que “querem evitar a todo o custo”, sublinhou o responsável, apelando para que a dívida “seja rapidamente regularizada”.

Contactado pela Lusa, o CHTS respondeu “estar, em articulação com a tutela, a tentar encontrar uma solução para o problema”.

LUSA/HN

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