DGS aprova vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades

30 de Julho 2021

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou hoje a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades.

“A DGS recomenda a vacinação prioritária dos adolescentes entre os 12 e os 15 anos de idade com comorbilidades associadas a doença grave”, anunciou em conferência de imprensa a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, no seguimento de um parecer da Comissão Técnica de Vacinação Covid-19.

A DGS considera que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, remetendo o acesso universal destas idades para mais tarde.

“A DGS emitirá recomendações sobre vacinação universal de adolescentes dos 12 aos 15 anos logo que estejam disponíveis dados adicionais sobre a vacinação destas faixas etárias”, disse Graça Freitas.

A vacinação universal continua, para já, a ser apenas recomendada a partir dos 16 anos, seguindo o plano de vacinação em curso que “tem como objetivo primordial vacinar sequencialmente e prioritariamente aqueles que mais beneficiam da vacinação”, disse a diretora-geral, acrescentando que permanecem neste momento muitos jovens adultos por vacinar e que nas idades mais baixas a covid-19 provoca doença ligeira.

Outro argumento apresentado por Graça Freitas foi o de que entre os cerca de 410 mil adolescentes entre os 12 e os 15 anos que se estima existir atualmente em Portugal, “muitos já têm imunidade conferida pela infeção”, de acordo com os dados do segundo inquérito serológico do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

“Por outro lado, há a referir que a vacinação em massa das pessoas que têm mais de 16 anos e que está já recomendada, é, de facto, uma arma potentíssima para proteger as crianças, pois ao retardar a circulação comunitária do vírus, estamos também indiretamente a proteger as crianças”, disse.

Não descartou, no entanto, alterações futuras se houver “novas variantes de preocupação”.

Graça Freitas recordou o sinal de alerta emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) para casos de inflamações cardíacas detetados, como miocardite e pericardite, efeitos raros, ligeiros e em estudo, ainda não detetados na União Europeia por a vacinação dos mais jovens ser recente ou ainda não ter avançado.

“Aguardam-se resultados desta vacinação a curto prazo”, disse a diretora-geral da Saúde.

LUSA/HN

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