“Os números não mentem, eles captam e dão sentido a uma realidade que muitos de nós ainda não dão importância”, disse o chefe de Estado moçambicano, numa declaração à nação a partir da Presidência da República.
Os dados apresentados hoje pelo chefe de Estado indicam que o mês de julho registou o maior número de casos desde o início da pandemia em Moçambique, em março do ano passado, com um total de 45.806 casos, mais de 1.900 internamentos e 555 mortes.
Os números registados em agosto, prosseguiu o Presidente, provam que a situação pode piorar, com o país a registar um total de 15.385 casos, 649 internamentos e 256 mortes só nos primeiros 13 dias deste mês.
“A situação epidemiológica do nosso país, apesar de tender a estabilizar-se nos últimos dias, não mostra ainda sinais de melhoria substancial”, acrescentou Filipe Nyusi, pedindo que as populações adiram a campanha de vacinação que decorre em todo país, onde pelo menos um milhão de pessoas já tomaram a primeira dose da vacina, segundo estatísticas oficiais.
Filipe Nyusi decidiu manter, por mais 30 dias, as medidas adotadas em 15 de julho, quando agravou as restrições para prevenção da Covid-19 no arranque da terceira vaga no país.
Entre as medidas destaca-se o início do recolher obrigatório noturno, que recuou das 22:00 para as 21:00 (20:00 em Lisboa) e aplica-se a todas as cidades e vilas.
Todos os eventos sociais, públicos ou privados, estão interditos, exceto casamentos e funerais, em que será permitida apenas a presença de um número reduzido de pessoas.
Todos os horários estão mais restritivos, com a restauração, padarias, pastelarias e lojas de conveniência a fechar às 18:00 (17:00 em Lisboa).
Nas viagens internacionais, só as crianças com menos de 5 anos ficam dispensadas de teste negativo à entrada em Moçambique (o limite era 12 anos) e a validade dos testes para múltiplas entradas é reduzida de 14 para sete dias.
“Temos esperança de que a manutenção das medidas restritivas continuará a ter um efeito na redução da transmissão do novo coronavírus”, declarou o chefe de Estado moçambicano.
Desde o anúncio do primeiro caso em março do ano passado, Moçambique contabiliza 1.671 óbitos e 136.566 casos positivos, dos quais 84% recuperados da doença.
A Covid-19 provocou pelo menos 4.333.013 mortes em todo o mundo, entre mais de 205,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru
LUSA/HN
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