“É tecnicamente errado e errado do ponto de vista moral”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na videoconferência de imprensa regular da organização sobre a evolução da pandemia de covid-19, transmitida da sede, em Genebra, na Suíça.
Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, é moralmente errado que países avancem com o reforço da vacinação quando outros, os mais pobres, ainda nem inocularam a sua população, por falta de vacinas. Por outro lado, o reforço vacinal com doses adicionais, a seu ver, é tecnicamente errado, porque sem uma “grande parte da população” mundial vacinada, está a dar-se ao novo coronavírus “a oportunidade de circular”, favorecendo “o aparecimento de novas variantes que podem ser mais potentes do que a Delta” – atualmente a mais contagiosa de todas em circulação – e escaparem à proteção dada pelas atuais vacinas.
“A administração de doses de reforço não nos ajudará a recuperar da pandemia”, sustentou, reiterando que a OMS pediu uma moratória temporária sobre as doses adicionais para que os países mais pobres consigam vacinar a sua população.
O dirigente da OMS relembrou que ainda não há “dados conclusivos” sobre os “benefícios e segurança” da toma de doses adicionais de vacinas contra a covid-19.
Vários países iniciaram ou tencionam iniciar a administração de uma terceira dose para conter a disseminação da variante Delta do SARS-CoV-2.
A pandemia da covid-19 causou pelo menos 4.451.888 mortes em todo o mundo, entre mais de 213,1 milhões de infeções, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa AFP.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.674 pessoas e foram contabilizados 1.025.869 casos de infeção, de acordo com dados atualizados da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, tipo de vírus detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que se propagou rapidamente pelo mundo.
Quatro variantes do coronavírus original são consideradas preocupantes pela OMS, sendo a Delta a mais transmissível.
As vacinas em circulação contra a covid-19 previnem a doença grave e a morte, mas não evitam a infeção e a transmissão do vírus, segundo os especialistas.
LUSA/HN
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