Moçambique já trata mais de 3.000 pacientes com nova terapia preventiva da tuberculose

10 de Setembro 2021

Um total de 3.413 pacientes em Moçambique estão a ser sujeitos a uma nova terapia preventiva da tuberculose para evitar que casos simples e não contagiosos se agravem e aumentem o número de pessoas infetadas.

A nova terapia, que associa a isoniazida e a rifapentina, dois antibióticos usados no tratamento da tuberculose, foi lançada em março pelo Governo moçambicano em parceria com o consórcio IMPAACT4TB, e constitui um projeto de quatro anos, que introduz uma nova abordagem, não só para lidar com a infeção latente, mas também para combater o abandono do tratamento e assim aumentar os níveis de eficácia.

Segundo o representante do IMPAACT4TB, Emilio Valverde, “até agora, 3.413 pacientes começaram o novo tratamento em 70 unidades de saúde e não foram registados efeitos secundários relevantes, exceto no caso de uma criança na cidade de Maputo que apresentou sintomas menores de gripe”, explicou o responsável num ‘workshop’ esta semana em Maputo.

A nova terapia é mais fácil porque consiste na toma de uma menor quantidade de comprimidos num curto período de tempo, fator que deverá reduzir o número de casos de abandono do tratamento, ainda segundo Valverde.

O representante do IMPAACT4TB acrescentou que a terapia, em implementação em Maputo e nos distritos de Chokwe e Mandlakazi, na província de Gaza, é prescrita a novos pacientes submetidos à terapia antirretroviral (HAART) e crianças com menos de 15 anos de idade que tenham estado em contacto com a tuberculose.

Moçambique é o primeiro país do mundo a adotar a dose fixa combinada dos dois antibióticos e a terapia será espalhada gradualmente a outras áreas em todo o país onde há pacientes com tuberculose.

LUSA/HN

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Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP), Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa.

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