Bienal de Cerveira vai convocar à reflexão sobre emergências globais na edição de 2022

11 de Setembro 2021

A edição de 2022 da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, que decorrerá entre julho e dezembro, vai ter como tema “We must take action!/Devemos agir!” num apelo à reflexão sobre as emergências globais.

“O tema deste ano está relacionado com os problemas que estão a acontecer no mundo. A sustentabilidade ambiental, o Afeganistão e o problema das mulheres, a pandemia de covid-19 que nos atormenta. É um olhar do artista perante os factos que estão a ocorrer no mundo”, afirmou hoje à agência Lusa o diretor artístico da Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira, Cabral Pinto.

O responsável, que falava à margem da apresentação, hoje, da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, explicou que o tema se inspira no “repto” de jovem ambientalista Greta Thunberg.

“É algo que nunca fizemos. Somos mais tradicionalistas na escolha dos temas e este ano a ideia é completamente diferente. Queremos mesmo abordar as questões que são prioritárias para todos e, por isso, em 2022, será também uma bienal diferente”, afirmou Cabral Pinto.

Organizado pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), em 2022, o evento vai ainda homenagear Helena Almeida (1934-2018), “38 anos depois da participação da artista plástica na quarta edição da bienal, em 1984, na qual foi premiada pela obra “Saída Negra”.

“Escolhemos homenagear uma mulher, num enquadramento simbólico também relacionado com esta questão dos problemas que se vivem, atualmente, no Afeganistão e dos problemas a que as mulheres estão sujeitas”, destacou.

No ano em que a bienal mais antiga da Península Ibérica comemora 44 anos, o evento vai decorrer entre 16 de julho e 31 de dezembro, com curadoria de Helena Mendes Pereira.

A bienal irá prolongar-se com a realização de itinerâncias nas cidades de Vigo, em Espanha e, São Paulo, no Brasil.

O programa provisório hoje apresentado inclui o concurso internacional, projetos curatoriais, artistas convidados, representações de instituições de ensino superior e atividades complementares como ‘performances’, residências artísticas, ‘workshops’, ‘ateliers’ infantis, conferências e debates, visitas guiadas, entre outras iniciativas de educação e mediação cultural.

A XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira irá manter o seu formato “híbrido”, conjugando exposições e eventos de fruição presencial, com atividades no meio digital, como as entrevistas com artistas, visitas guiadas, ‘performances’ e intervenções artísticas, entre outras ações.

A bienal tem o apoio da Direção-Geral das Artes, no âmbito da candidatura “Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo” (2020 – 2021 – Apoio Sustentado – Artes Visuais), no valor global de 294.212 euros.

Na última edição, em 2020, foram apresentadas mais de 350 obras de cerca de 370 artistas de 38 países.

Nesse ano, segundo dados então revelados à Lusa pela organização, o evento contabilizou mais de 100 mil visitantes presenciais e virtuais.

Daquele total, quase 30 mil passaram pelos espaços expositivos em Vila Nova de Cerveira.

Já no formato digital, através das redes sociais, a bienal contabilizou 70 mil visualizações e cerca de três mil participantes nas visitas virtuais.

LUSA/HN

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