O documento, formulado pela Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido da Comissão Especial de Carnaval da Câmara dos vereadores do Rio, apontou cinco indicadores para a realização do Carnaval, uma das datas mais importantes para a economia local e que, antes da pandemia, atraía milhares de turistas.
“Recomendamos a taxa de vacinação acima de 80%, levando em consideração a variante Delta, cuja transmissão pode afetar até 10 pessoas. Essa é uma fórmula de imunidade que a epidemiologia usa, e trata-se de uma percentagem mais conservadora”, afirmaram Hermano Castro, pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, e Roberto Medronho, professor titular de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, autores da nota técnica.
“Atualmente, o único indicador que ainda não alcançamos foi o da vacinação, mas são valores totalmente possíveis de atingirmos, desde que não haja a interrupção da vacina”, acrescentaram os especialistas num comunicado distribuído.
O Brasil já superou mais de 100 milhões de pessoas totalmente vacinadas, numa população total de 213 milhões de habitantes, dado que indica que 47% dos brasileiros já completaram o esquema vacinal.
Ao todo 150 milhões tomaram pelo menos uma dose de imunizantes, o que representa 70,63% da população.
O documento também reforçou a importância da adoção de protocolos rígidos elaborados pelas autoridades baseados em informações científicas recentes, a exigência do passaporte vacinal em espaços fechados e para a hospedagem, controlo de fronteiras aéreas e terrestres e garantia de trabalho seguro nos barracões [áreas de trabalho das escolas de samba] para os colaboradores das agremiações e a construção de mecanismos públicos para o monitoramento dos indicadores ao longo de todo o processo.
A nota técnica destacou ainda que sociedade deve discutir qual risco deseja assumir com a realização do evento e “essa discussão transcende em muito os dados quantitativos oferecidos pelos indicadores. Ela é essencialmente ética”.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo.
LUSA/HN
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