“Há cerca de 39 mil micaelenses que não têm médicos de família” por estes “não estarem ao serviço ou porque não têm mesmo médico de família”, o que gera “enormes constrangimentos”, explicou Clélio Meneses.
O titular da pasta da Saúde falava aos jornalistas à margem de uma reunião com os conselhos de administração da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel e do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, local do encontro.
O responsável referiu que a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel vai contratar 12 médicos de medicina geral e familiar ao abrigo de concursos que estão a decorrer, visando colmatar esta lacuna.
Questionado sobre o número de residentes em São Miguel sem médico de família que pretendem beneficiar com esta medida, o governante escusou-se a avançar com uma meta.
“Os últimos anos foram marcados por metas e anúncios, mas também por falta de cumprir com aquilo que é a necessidade de todos os açorianos terem médicos de família”, começou por dizer.
Daí que não pretenda “estabelecer uma meta concreta, mas reafirmar o compromisso de fazer tudo para que os açorianos tenham médico de família”.
Além dos médicos a admitir pela Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, vão ser contratados mais quatro médicos de medicina geral e familiar através da abertura de concurso, em São Jorge.
Clélio Meneses salvaguardou que alguns concursos “ficam desertos porque não há médicos interessados”, sendo que estão a ser alteradas as regras de incentivo à fixação, a par do investimento em “meios e equipamentos modernos”.
O secretário regional da Saúde referiu que, no encontro com os conselhos de administração da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel e do Hospital do Divino Espírito Santo, foi abordada a questão de cerca de 20 internamentos hospitalares “que não reúnem critérios, mas que, por falta de resposta familiar ou social, acabam por ficar no hospital, com uma carga excessiva hospitalar”.
A Secretaria Regional da Saúde e o sistema de saúde estão a preparar o próximo inverno para evitar uma “dificuldade de resposta hospitalar” a este nível, tendo sido encontradas soluções com a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, visando “dar resposta às pessoas”.
Clélio Meneses considerou ainda que a alegada falta de consultas para doentes de oncologia no Hospital do Divino Espírito Santo está relacionada com a falta de médicos naquele serviço por “circunstâncias imprevisíveis”, como por exemplo, um médico que “por razões pessoas deixa de dar consultas”.
O governante disse que os “resultados, em geral, deste hospital e do Serviço Regional de Saúde são extraordinários” mesmos em tempos de pandemia de Covid -19, “em beneficio das pessoas”.
O secretário regional da Saúde referiu, por outro lado, que os processos com vista ao pagamento das valorizações e regularizações remuneratórias de enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e farmacêuticos “estão a decorrer numa fase já final” e “infelizmente demoraram mais do que se pretendia” devido ao “peso administrativo e burocrático muito intenso”.
De acordo com o governante, “nas próximas semanas certamente irá iniciar-se o processo de regularização e as pessoas vão receber efetivamente”, sendo que este “não é nenhum favor que se faz aos profissionais de saúde, apenas o pagamento que é devido, infelizmente há muitos anos”.
LUSA/HN
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