Na fila de “utentes sem marcação”, que pelas 10:00 de sábado juntava menos de uma dezena de idosos, João Santos, de 81 anos, aguardava a entrada no centro de vacinação Covid-19 na Amadora, distrito de Lisboa, onde decidiu deslocar-se para antecipar a administração da terceira dose da Covid-19
“Tenho uma marcação para quinta-feira que vem, mandaram para o telemóvel, […] mas eu na quinta-feira não estou cá e vim pedir se podia ser hoje [sábado]”, contou o utente da Amadora, referindo que o seu pedido foi acedido.
Ficou na fila à espera e em poucos minutos entrou para ser inoculado com a terceira dose contra a Covid-19.
No âmbito da modalidade ‘casa aberta’ para maiores de 80 anos, a funcionar este fim de semana nos centros de vacinação, há a possibilidade de coadministração das vacinas contra a gripe e a terceira dose da vacina contra a Covid-19.
João Santos decidiu só tomar a terceira dose contra a Covid-19, recusando a vacina da gripe, que apenas tomou uma vez na vida e lhe provocou sintomas durante uma semana.
Na mesma fila, fazendo-se deslocar de cadeira de rodas, com o apoio do filho, Manuel Augusto, de 84 anos, aproveitou a modalidade de ‘casa aberta’ para tomar a terceira dose contra a Covid-19 e a vacina da gripe.
“Como estava a ‘casa aberta’ e com tinha mais de 80 anos, aproveitei e vim agora”, disse, referindo que escolheu o dia por ser fim de semana e assim ter o apoio do filho.
Manuel Augusto defendeu a abertura de mais postos de vacinação, para facilitar a mobilidade das pessoas, contando que tomou as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 no Pavilhão Desportivo Escolar Municipal Rita Borralho, na Amadora, que fica mais perto da sua residência, mas o espaço já não está a funcionar como centro de vacinação.
Também à entrada do pavilhão Fórum Luís Camões, Manuel Afonso, de 72 anos, esperava a administração da terceira dose contra a Covid-19 e da vacina da gripe. Apesar de não ter marcação e de não ter mais de 80 anos, o utente aproveitou para pedir para ser vacinado, uma vez que já lá estava a acompanhar a sua mulher que tinha marcação.
Sobre a organização do processo, não apontou falhas ao centro de vacinação na Amadora, mas lembrou que têm ocorrido problemas noutras zonas do país, situação que associou ao afastamento do vice-almirante Gouveia e Melo da coordenação do plano de vacinação contra a Covid-19.
Com marcação, Luísa Penteado, de 77 anos, veio tomar a segunda dose contra a Covid-19, porque não conseguiu tomar antes por ter sofrido um AVC. A primeira dose “correu bem” e assim espera que corra a segunda, a ser administrada este sábado, bem como a terceira dose que está disponível para receber.
A utente confirmou que o processo de vacinação contra a Covid-19 tem sido “rápido”, sem problemas a registar, realçando a necessidade de se “prevenir” contra o vírus.
A coordenar este centro de vacinação na Amadora, a enfermeira Maria do Castelo Dias disse à Lusa que o processo “tem decorrido dentro do esperado”, com o registo de “grande afluência”, com utentes da área e de fora da área, que “muito positivamente estão a aceitar a covacinação”.
“Há muitos utentes que quando chegam aqui solicitam apenas a vacina ou da gripe ou da Covid-19. Depois de conversarmos, explicarmos todo o processo, que não há qualquer intercorrência, muitos acedem e fazem a covacinação”, indicou a enfermeira, adiantando que o centro de vacinação contabilizou este sábado 1.200 agendados e esteve também a funcionar com a modalidade ‘casa aberta.
Maria do Castelo Dias explicou que a afluência ao sábado é superior aos dias da semana, porque muitos dos utentes têm limitações de mobilidade e recorrem ao apoio dos filhos para se deslocarem.
A enfermeira explicou ainda que existem utentes que não têm o intervalo dos seis meses para fazer a terceira dose, mas podem deslocar-se para tomar a vacina da gripe e, posteriormente, farão o reforço contra a Covid-19.
A Covid-19 provocou mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.242 pessoas e foram contabilizados 1.106.005 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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