O estudo é apresentado esta terça-feira na conferência “Reflexões AUA! Como será o futuro pós pandemia”, seguida pela cerimónia de entrega dos Prémios Angelini University Award (AUA!).
Quanto a futuras crises em saúde, para cerca de 60% dos inquiridos, deve ser o Governo a ter um papel mais ativo, e apenas 7,5% consideram que a educação e a literacia para a saúde precisam de melhorar.
Segundo os participantes, as doenças infectocontagiosas (31,5%) e as mentais (28,3%) são as próximas grandes crises de saúde que Portugal terá de enfrentar.
Para os inquiridos, as questões mais problemáticas são as listas de espera para consultas e exames (64,6%), o número reduzido de profissionais de saúde (60,7%) e as listas de espera para tratamentos e cirurgias (52,3%).
Na opinião dos inquiridos, a contratação de mais profissionais de saúde (45,9%) é o investimento mais urgente, o que, de acordo com o estudo, poderia resolver o problema das listas de espera. Para cerca de 31% e 17%, o investimento deveria ter como objetivo a melhoria dos serviços hospitalares e dos serviços dos cuidados primários, respetivamente.
O estudo, que avaliou também as necessidades dos inquiridos durante a pandemia de Covid-19, apurou que 30,8% tiveram dificuldades no acesso a cuidados de saúde durante este período. Para mais de 72%, as dificuldades foram maioritariamente sentidas no agendamento das consultas de rotina no SNS. Estes entraves afetaram sobretudo escalões etários mais elevados, na região Norte e Lisboa e Vale do Tejo, nos inquiridos com rendimentos mais baixos. Os inquiridos consideram o SNS tendencialmente envelhecido, próximo, orientado para o utente e universal (dirigido a todas as pessoas).
Nota positiva para a informação e processo de vacinação
Aceder a informação sobre saúde e cuidados de saúde no período de isolamento e/ou confinamento não parece ter sido difícil, com cerca de 85% dos inquiridos a afirmarem que conseguiram encontrar a informação necessária. O médico de família surge em terceiro lugar como fonte de informação privilegiada e a Linha Saúde 24 é a última da lista. As fontes mais utilizadas foram a internet (61,3%) e a televisão (48,6%).
Ainda de acordo com o estudo, a informação disponibilizada pela DGS durante a pandemia foi relevante (7,6/10) e não levantou problemas de compreensão (7,18/10) para a maioria dos inquiridos, que apontam o processo de vacinação como mais bem gerido pelas entidades competentes (8,4/10). Já os apoios sociais, os cuidados de saúde primários e a educação foram os aspetos mais criticados e, para os participantes, com pior gestão.
Ainda assim, os serviços na área da saúde, como farmácias e a Linha de Saúde 24, conseguiram melhorar a sua perceção junto dos inquiridos, para quem os centros de saúde/USF são as instituições mais importantes na rede de cuidados, sendo os primeiros locais a que recorrem.
O estudo, realizado pela Spirituc Investigação Aplicada em outubro de 2021, teve como objetivo perceber quais foram as principais necessidades e dificuldades da população durante a pandemia, bem como a forma como esta alterou as perceções sobre a área da saúde em Portugal e quais são as soluções defendidas. Para isso, foram selecionados 1.000 inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos e com diferenças em termos de agregado familiar, região de residência, rendimento mensal líquido, grau de escolaridade e condição profissional.
A Angelini Pharma Portugal, empenhada em debater as soluções futuras para o pós-pandemia, dedicou a edição do Angelini University Award (AUA!) deste ano ao tema “Soluções de crises em saúde – Identificar, gerir e cuidar”. Será ainda distinguido com o Prémio de Jornalismo o melhor trabalho publicado sobre esta temática durante o ano de 2021. Os vencedores serão conhecidos numa cerimónia no Teatro Thalia, com transmissão live na página de Facebook do AUA!.
PR/HN/RA
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