PR considera prematuro falar sobre os efeitos da nova variante

27 de Novembro 2021

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou ainda ser prematuro falar sobre “os efeitos” da nova variante B.1.1.529 da covid-19, identificada pela primeira vez na província de Gauteng, na África do Sul, rejeitando alarmar as pessoas.

“As autoridades portuguesas já estavam a acompanhar isto, a prova é que no Infarmed se falou disso no dia 19 [de novembro]… Estamos no dia 26 [de novembro]. Está a ser acompanhado pela União Europeia e neste momento é prematuro estar a falar sobre o que se passa ou o que não se passa, as conclusões a que se chega, os efeitos quais serão, porque seria alarmar as pessoas”, realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que, segundo os especialistas, a nova variante “é muito contagiosa, mas que não é tão mortal quanto contagiosa”.

“O especialista que trata normalmente das variantes estava tão bem informado que disse: ‘Fala-se agora ou há sinais de que há o que é uma alteração numa variante que existia anteriormente, [mas] ainda não se sabe como se vai chamar’. […] O que já aconteceu quanto a outros vírus vindos daquela zona, em tempos falou-se de uma estirpe da África do Sul”, observou, enquanto falava à margem da apresentação de uma campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa.

De acordo com chefe de Estado, a nova variante, hoje classificada de Omicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser a repetição de outras já identificas em território sul-africano.

“Pode ser a repetição da mesma coisa. Em qualquer caso, está a ser estudada pelos especialistas, está a ser estudada pelas empresas produtoras de vacinas sobretudo para saber se as vacinas que estão a ser administradas são ou não menos eficazes perante esta nova realidade”, indicou.

Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo Sousa, que vai viajar na noite de hoje para Luanda (Angola), garantiu que se sente seguro, após ter sido inoculado com a terceira dose da vacina contra a covid-19, e que no sul de África “há várias realidades”.

“Eu penso que nesta altura a melhor ajuda que nós podemos dar perante esta nova realidade é respirar fundo, não ir a correr atrás daquilo que num determinado momento é uma preocupação, mas não deve ser empolada. Recordo que, noutros casos, isso aconteceu, de variantes de variantes, que vinham de vários sítios e, afinal, não eram tão graves quanto isso. As autoridades sanitárias têm meios de estudo e controlo, a indústria farmacêutica também”, salientou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou hoje como “de preocupação” a nova variante B.1.1.529 do coronavírus que causa a covid-19, detetada pela primeira vez na África do Sul, e designou-a pelo nome Omicron.

A nova variante foi comunicada à OMS pela África do Sul na quarta-feira, tendo o grupo de peritos consultivo da OMS para a monitorização da evolução do coronavírus SARS-CoV-2 se reunido hoje para avaliar a B.1.1.529 e proposto a classificação.

Segundo a OMS, a variante Omicron tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”. Dados preliminares sugerem “um risco acrescido de reinfeção” com esta estirpe, por comparação com outras variantes de preocupação, adianta a agência da ONU em comunicado.

A nota refere que recentemente as infeções “aumentaram abruptamente” na África do Sul, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529 e que o número de casos associados a esta estirpe “parece estar a aumentar em quase todas as províncias do país”.

De acordo com a OMS, o primeiro caso confirmado teve origem numa amostra recolhida em 09 de novembro.

A variante, que já “migrou” para Bélgica, Israel, Hong Kong (Região Administrativa da China) e Botswana, pode ser detetada nos testes de PCR (de maior sensibilidade).

Por definição, as variantes de preocupação estão ligadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas ou tratamentos.

A OMS aconselha as pessoas a manterem as medidas de proteção, como o uso de máscaras, a higienização das mãos, o distanciamento físico e a ventilação dos espaços fechados, bem como evitar multidões e vacinarem-se.

Os países devem melhorar a vigilância e os esforços de sequenciamento genético do vírus para compreender melhor as variantes circulantes do SARS-CoV-2 e reportar à OMS casos iniciais de infeções com estirpes de preocupação.

LUSA/HN

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