UpHill lança projeto piloto para aumentar eficiência de hospitais públicos

6 de Dezembro 2021

A UpHill prepara-se para lançar um projeto piloto em três hospitais públicos portugueses, com o intuito de melhorar os tempos de espera, apoiar a colaboração entre profissionais e melhorar a qualidade e eficácia dos cuidados de saúde.

A solução desenvolvida pela empresa tecnológica é como um GPS para as equipas de saúde e fornece, em tempo real, orientações detalhadas sobre a melhor forma de tratar cada doente. Além de acompanhar os profissionais passo a passo, o software é integrado nos sistemas hospitalares e permite que o percurso do doente no hospital esteja visível para todos. Por isso, favorece a coordenação das equipas, a efetividade das intervenções médicas e a redução de gastos desnecessários e dos períodos de espera ao longo do percurso do doente. Assim, a UpHill pretende implementar jornadas de cuidados eficientes, capazes de garantir melhores resultados, combater os longos tempos de espera que afetam os doentes e reduzir a carga burocrática a que as equipas de saúde estão sujeitas, bem como o desperdício de recursos.

Depois de levantar uma ronda de investimento no valor de 3.5 milhões de euros, a tecnológica procura agora hospitais públicos para desenvolver o projeto piloto, aplicando-o a áreas terapêuticas específicas. No final do projeto, com duração de seis meses, o objetivo é avaliar de que forma a definição e implementação das jornadas de cuidados contribuem para a melhoria dos resultados para o doente – influência na necessidade de rehospitalização ou na melhoria de indicadores de qualidade de vida, por exemplo – e para aumentar a eficiência dos processos hospitalares.

“No início de 2020, lançámos uma ferramenta de suporte à decisão clínica, ou seja, um software capaz de guiar as ações dos profissionais de saúde e reduzir a incerteza nos momentos de decidir. Temos perto de 100 algoritmos publicados, tanto para doenças crónicas como para situações de urgência, que são utilizados por milhares de profissionais todas as semanas. No entanto, do ponto de vista organizacional, as vantagens decorrentes dos algoritmos são tanto maiores quanto mais abrangente for a sua utilização, por equipas multidisciplinares. É esse o objetivo deste piloto: permitir que além do suporte à decisão clínica individual, sejam um guia comum para todas os profissionais que assistem o doente ao longo do seu percurso dentro do hospital”, explica Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill, citado no comunicado de imprensa.

“Quando vários médicos e outros profissionais de saúde, em diferentes serviços e momentos, assistem o mesmo doente, sem que exista uma visão partilhada sobre o seu estado cínico, o risco de descontinuidade é muito elevado. Nos hospitais, esta fragmentação reflete-se em informações incompletas sobre o doente, realização de exames repetidos, mais tempo entre o diagnóstico e o tratamento, dimensões com consequências graves para a resolução da doença”, refere a UpHill.

“Com esta implementação esperamos ter um papel ativo na resolução de um problema que é particularmente crítico no contexto atual, agravado pelos efeitos da pandemia no funcionamento dos serviços hospitalares, porque acreditamos que só assim é possível centrar os cuidados no doente. No fundo, é a diferença entre otimizar uma viagem e percorrer uma autoestrada, de forma linear e contínua, ou optar por estradas secundárias com várias interseções e obstáculos pelo caminho”, conclui Eduardo Freire Rodrigues.

Os hospitais interessados em participar podem submeter a sua candidatura no site da empresa.

PR/HN/Rita Antunes

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