Costa contra vacinação obrigatória no país e restrições de voos para Moçambique

9 de Dezembro 2021

O primeiro-ministro rejeitou esta quinta-feira a aplicação em Portugal de uma lei de vacinação obrigatória contra a Covid-19, tal como já acontece em alguns Estados-membros europeus, e manifestou-se contra restrições de voos para países como Moçambique.

Estas posições foram transmitidas por António Costa no primeiro debate da Comissão Permanente da Assembleia da República, depois de o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento e convocado eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro próximo.

Num debate sobre a agenda do Conselho Europeu de 15 e 16 de dezembro, em Bruxelas, deputados como Isabel Meireles (PSD), João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal) e André Ventura (Chega) questionaram o primeiro-ministro se Portugal aceita aplicar uma diretiva europeia referente à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19.

Na resposta, António Costa declarou que “Portugal entende que não deve haver vacinação obrigatória”.

“Felizmente, no nosso país, essa discussão não faz sentido. Se em outros países essa questão se coloca, é um debate interno a esses países. Não faz sentido, obviamente, que haja uma decisão europeia que abranja países como o nosso, onde, sem qualquer obrigação, temos conseguido atingir uma vacinação praticamente universal”, alegou.

Neste tema relativo ao combate à Covid-19, na sequência de críticas formuladas pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, à tentativa de isolamento da África Austral pela União Europeia, por causa da nova variante da Ómicron, António Costa voltou a demarcar-se de medidas tomadas ao nível europeu.

“Não somos favoráveis, nem julgamos que seja uma medida eficaz, a restrição de voos. Conforme vamos tendo conhecimento mais consolidado sobre o que é a nova variante, julgamos que a União Europeia deve ir ajustando as medidas adotadas à evolução do conhecimento que entretanto vai consolidando”, começou por argumentar.

Depois, neste contexto, o líder do executivo português considerou “absolutamente inaceitável que se mantenha a proibição de voos para Moçambique”.

“A situação existente em Moçambique de modo algum justifica essa medida. Pelo contrário, a experiência dos voos humanitários que temos realizado demonstram que esses mesmos voos, associados à obrigatoriedade de testes, é o mecanismo mais eficaz para deteção de pessoas que estão infetadas e assintomáticas”, sustentou o primeiro-ministro.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Portugal tem101 médicos especializados em cuidados a idosos

Portugal conta com 101 médicos geriatras especializados em cuidados a idosos, segundo a Ordem dos Médicos, uma especialidade médica criada no país há dez anos mas cada vez com maior procura devido ao envelhecimento da população.

Mudanças de comportamento nos idosos podem indiciar patologias

Mudanças de comportamento em idosos, como isolar-se ou não querer comer, são sinais a que as famílias devem estar atentas porque podem indiciar patologias cujo desenvolvimento pode ser contrariado, alertam médicos geriatras.

MAIS LIDAS

Share This