“O rápido aumento da circulação da variante de preocupação Ómicron e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e a vacinação de reforço, podendo vir a ser necessário ponderar o reforço das medidas de proteção, se se observar um agravamento da situação epidemiológica nos próximos dias e nas próximas semanas”, adianta o documento.
De acordo com as “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a análise dos indicadores revela uma atividade epidémica do coronavírus SARS-CoV-2 de “intensidade elevada, com tendência crescente a nível nacional”.
Segundo o relatório, o número de novas infeções por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 547 casos, com o grupo etário com incidência mais elevada a corresponder às crianças com menos de 10 anos, com 788 casos.
Já a faixa dos idosos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa de 158 casos por 100 mil habitantes, o que reflete um risco de infeção muito inferior ao apresentado pela população em geral, adiantam as “linhas vermelhas”.
O índice de transmissibilidade do vírus (Rt) indica também uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,07).
“A manter-se esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 31 e 60 dias”, alerta a análise de risco semanal da pandemia.
A proporção de testes positivos foi de 3,1% – na semana anterior tinha sido de 3,2% -, encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%, e registou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, com um total de mais de 966 mil.
Relativamente à variante de preocupação Ómicron, as autoridades de saúde salientam o aumento acentuado da circulação nos últimos dias, estimando que fosse responsável por 21% dos casos de infeção na quarta-feira.
“Esta tendência de crescimento, em particular a observada nos últimos dias, é fortemente indicadora de um aumento abrupto de circulação comunitária da variante Ómicron, em forte paralelismo com o cenário observado em outros países que estão a utilizar a mesma abordagem para vigilância desta variante”, como a Dinamarca e o Reino Unido, refere o documento.
O INSA e a DGS estimam uma tendência de crescimento de 33% por dia, projetando que a variante Ómicron se torne dominante – mais de 50% – a partir da próxima semana.
A covid-19 provocou mais de 5,33 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.741 pessoas e foram contabilizados 1.215.774 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
LUSA/HN
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