Emmanuel Macron “deixou muito claro que as eleições democráticas no nosso país serão mantidas, porque é uma questão da vida democrática do nosso país”, disse Gabriel Attal em Paris, no final da reunião do Conselho de Ministros.
“Os prazos democráticos serão obviamente mantidos”, insistiu o porta-voz na conferência de imprensa habitual após a reunião do Conselho de Ministros, presidida por Emmanuel Macron.
O porta-voz reafirmou que nenhum plano para adiar as eleições presidenciais está “em cima da mesa, ou debaixo da mesa, ou no armário ao lado da mesa”, citou a agência France-Presse (AFP).
O esclarecimento de Emmanuel Macron na reunião do Governo seguiu-se a “debates em curso na imprensa” sobre um possível adiamento das eleições presidenciais devido ao agravamento da pandemia, segundo o jornal Le Figaro.
O porta-voz do Governo admitiu que poderá haver “obviamente trabalho na organização das eleições”, tal como aconteceu nas votações realizadas nos últimos meses, em plena pandemia.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, apresentou uma proposta de alteração do código eleitoral para facilitar o processo de um eleitor passar uma procuração a uma pessoa não inscrita no mesmo círculo eleitoral, segundo a AFP.
Na conferência de imprensa, o porta-voz do Governo também fez uma atualização sobre a situação sanitária, afirmando que a variante Ómicron do vírus da Covid-19 está a espalhar-se a “um ritmo muito rápido” em França e poderá tornar-se dominante entre o Natal e o Ano Novo.
“É provável que a epidemia aumente de novo”, advertiu Gabriel Attal, sem anunciar quaisquer medidas adicionais para travar a propagação do vírus.
O porta-voz também reiterou o apelo do Governo à prudência dos franceses durante as reuniões familiares no final do ano.
“Não haverá férias na nossa luta contra a epidemia”, disse.
O ministro da Saúde francês, Olivier Veran, já tinha avisado hoje que o número de contaminações deverá exceder as 100 mil por dia em França até ao final do ano, devido à elevada transmissibilidade da variante Ómicron.
A Europa regista atualmente o maior número de casos no mundo, com mais de 2,8 milhões nos últimos sete dias (60% do total mundial).
É também a região com mais óbitos relacionados com a Covid-19, ao registar 26.964 mortes na última semana (56% do total).
Dados clínicos das últimas semanas sugerem que a Ómicron não é mais perigosa do que outras variantes, nomeadamente a Delta, mas os cientistas advertem que é muito mais contagiosa.
O número de casos, que parece duplicar a cada dois ou três dias, poderá levar a um aumento do número de doentes hospitalizados – especialmente os não vacinados e os chamados doentes de risco – e sobrecarregar de novo os sistemas de saúde.
A Covid-19 matou quase 122 mil pessoas em França em mais de 8,7 milhões de infeções pelo vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença respiratória.
A nível mundial, a doença matou mais de 5,36 milhões de pessoas desde que o vírus foi detetado pela primeira vez na China, no final de 2019.
LUSA/HN
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