DGS avalia redução do período de isolamento

30 de Dezembro 2021

A Direção-Geral da Saúde (DGS) indicou na quarta-feira que "está a avaliar tecnicamente" a questão da redução do período de isolamento de infetados com o coronavírus que causa a Covid-19 e a recolher provas científicas.

Questionada pela Lusa sobre o assunto, citando o caso dos Estados Unidos, que diminuiu o isolamento dos infetados assintomáticos e dos contactos de risco, a DGS referiu, sem mais detalhes, que “está a recolher a melhor evidência científica e a avaliar tecnicamente essa questão”.

Em declarações à SIC, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse que estão a ser avaliados vários indicadores, nomeadamente a incidência e a transmissibilidade da infeção e os internamentos.

Antes, em entrevista à RTP, Lacerda Sales admitiu que, perante a evolução da pandemia, a redução do período de isolamento, adotada também pela Região Autónoma da Madeira e Reino Unido, “é uma possibilidade”, sendo uma “matéria que está a ser estudada” pela DGS.

Ontem, após a reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, remeteu uma decisão sobre o assunto para as autoridades de saúde, em particular para a DGS, assinalando que em causa está uma decisão técnica e não política.

A Ordem dos Médicos considera que a nova fase da pandemia da Covid-19 exige “uma adaptação ágil” das normas e procedimentos, recomendando a redução do isolamento de dez para sete dias.

A Madeira reduziu ontem para cinco dias o isolamento de infetados assintomáticos com o vírus que causa a Covid-19 e de quem contactou com casos positivos, acabando mesmo com a quarentena de contactos vacinados com a terceira dose.

As mudanças devem-se à predominância da variante Ómicron do SARS-CoV-2 e à “atual evidência científica”, que “sugere que a maior parte da transmissão” ocorre “no início do curso da doença”, geralmente, nos dois dias “antes do início dos sintomas” e dois a três dias depois, segundo uma circular da Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira.

Os Estados Unidos reduziram de dez para cinco dias a duração do período de isolamento das pessoas que testam positivo para a Covid-19, desde que estejam assintomáticas.

De acordo com fonte dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, a orientação está em sintonia com indicações crescentes de que as pessoas infetadas com o novo coronavírus são mais contagiosas dois dias antes e três dias depois de desenvolverem sintomas.

O Reino Unido diminuiu o período de isolamento de dez para sete dias para pessoas vacinadas que ficaram infetadas.

A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública entende que a informação científica que suporta a redução do período de isolamento de doentes com Covid-19 “não é muito robusta”, defendendo que as vantagens desta medida devem ser discutidas.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Europa pode gelar se a corrente do oceano Atlântico abrandar

As temperaturas na Europa poderão descer significativamente e Bruxelas pode chegar aos 21°C (graus celsius) negativos, caso a corrente do oceano Atlântico que regula o clima europeu colapse ou enfraqueça, alerta um estudo divulgado hoje.

SOL apresenta novo Caderno Técnico focado na Saúde Oral Infantil

O SOL – Serviço Odontopediátrico de Lisboa, da Santa Casa, apresentou o Caderno Técnico 21 “Protocolos Clínicos do Serviço Odontopediátrico de Lisboa”, que reúne um conjunto de protocolos elaborados e aplicados pelos clínicos do SOL.

Liga Portuguesa Contra o Cancro promove Linha Cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) anuncia o lançamento da sua campanha dedicada à divulgação da Linha Cancro – 808 255 255. A iniciativa visa reforçar a Linha Cancro como um pilar fundamental de apoio e informação para doentes oncológicos, familiares, cuidadores e amigos, recordando que ninguém precisa de enfrentar o cancro sozinho.

OMS alerta que crise climática é também crise de saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou hoje a Comissão Pan-europeia sobre Clima e Saúde, alertando que a crise climática é também uma crise de saúde que “vai piorar muito” se não forem tomadas medidas urgentes.

MAIS LIDAS

Share This