A criança indígena mora na cidade de Piracicaba, localizado no interior do estado de São Paulo, e é filho do cacique da etnia Xavante Jurandir Siridiwe.
O menino foi imunizado com a vacina pediátrica desenvolvida pela Pfizer, a única autorizada para o público infantil no país, numa cerimónia simbólica realizada no Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital ‘paulista’, às 12:00 locais (15:00 em Lisboa) onde ocorreu também a imunização de outras crianças, todas com algum tipo de comorbilidade.
A vacinação de Davi Seremramiwe Xavante ocorreu no mesmo local em que o governo ‘paulista’ organizou um evento para imunizar a enfermeira Mônica Calazans, que se tornou a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no país, em janeiro de 2021.
O governador do estado de São Paulo, João Doria, estava presente na cerimónia.
Desde o início da pandemia, Doria tem sido um defensor da imunização em massa, incluindo crianças, e opõe-se ao discurso do atual chefe de Estado do país, Jair Bolsonaro, que deverá enfrentar na eleição presidencial em outubro próximo.
Como pré-candidato presidencial, Doria tenta associar a sua imagem à vacinação contra a Covid-19, frisando que o governo regional de São Paulo patrocinou a chegada da vacina CoronaVac ao Brasil, que está a ser aplicada a partir de uma parceria do Instituto Butatan – ligado ao governo ‘paulista’ – com o laboratório chinês Sinovac.
Segundo orientação do governo de São Paulo, a prioridade da vacinação será de crianças com algum tipo de comorbilidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas (descendentes de escravos que fugiram antes da abolição e vivem em comunidades).
A vacinação infantil, que gerou controvérsia no Brasil, devido a manifestações contrárias feitas pelo Presidente Bolsonaro, que declarou mesmo que não vacinará a própria filha de 11 anos, já mobilizou mais de 200 mil famílias em São Paulo, que fizeram um registo prévio no sistema da Secretaria de Saúde estadual, mas deverá começar de facto nas unidades de saúde na segunda-feira.
Como no Brasil a vacinação é feita de maneira descentralizada, ou seja, o Governo central compra e envia os imunizantes aos estados que os encaminham para os municípios responsáveis pela aplicação das doses, as autoridades locais têm calendários diferentes para iniciar a vacinação das crianças com idade entre 5 e 11 anos contra a covid-19 no país.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia totalizando 620.545 mortes e mais de 22,8 milhões de casos de Covid-19.
A Covid-19 provocou 5.511.146 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
LUSA/HN
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