OM diz que gravidade em crianças é rara mas reforça importância da ciência

5 de Fevereiro 2022

A Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise afirmaram este sábado, na sequência do internamento de um bebé com Covid-19 ligado a ECMO, que os casos graves em crianças são raros, mas reforçam a “importância do caminho da ciência”.

“Todas as vidas importam e a vida de uma criança deve ser protegida de forma ainda mais especial, pelo que nos preocupa o palco que é dado a discursos inconsistentes e que, sobretudo, não têm qualquer respaldo na evidência científica produzida sobre os efetivos riscos da doença nas crianças e a segurança e benefícios da vacinação”, defende em comunicado o bastonário da Ordem dos Médicos (OM).
A posição da OM e do Gabinete de Crise da Covid-19 surge na sequência do internamento de um bebé de um ano com diagnóstico de Covid-19 nos cuidados intensivos no Hospital de S. João, no Porto, necessitando de Oxigenação por Membrana Extracorporal (ECMO) devido à “gravidade do quadro clínico”, disse à Lusa uma fonte hospitalar.

O bastonário da OM e o coordenador do Gabinete de Crise, Filipe Froes, deixam, em comunicado, “uma palavra de confiança à equipa de excelência que acompanha a criança, e de solidariedade para com a família neste momento difícil”, e insistem “na importância de não se desvalorizarem os efeitos desta infeção nas mais variadas faixas etárias”

“Mesmo na nova fase da pandemia em que nos encontramos, e que tem permitido a reabertura progressiva da sociedade, é essencial que não nos esqueçamos do caminho difícil que percorremos e do que conseguimos alcançar”, defende Miguel Guimarães.

O bastonário salienta o papel da vacinação contra a Covid-19, que foi sendo alargada a várias faixas etárias e que “permitiu mudar o curso da pandemia e tornar a doença Covid-19, regra geral, menos grave”.

“No caso concreto das crianças, é verdade que a infeção tende a ser mais benigna, mas os casos graves existem e não devem ser desvalorizados”, defende, por seu turno, o coordenador do Gabinete de Crise, Filipe Froes.

Segundo a fonte hospitalar, a criança estava internada no Centro Materno Infantil do Norte por Covid-19, mas teve que ser transferida para o Hospital de S. João por “alterações cardíacas”.

“Dada a gravidade do quadro, a equipa clínica teve necessidade de assegurar ventilação mecânica e suporte circulatório com ECMO”, explicou.

LUSA/HN

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