Segundo a mesma fonte do PS, a cremação está prevista para as 12:30 de quarta-feira.
Maria Carrilho morreu aos 78 anos vítima de leucemia no Hospital CUF Tejo, em Lisboa, onde se encontrava internada há algum tempo.
Professora Catedrática do ISCTE, Maria Carrilho licenciou-se em sociologia pela Universidade de Roma, tendo feito doutoramento em sociologia política pela Universidade Técnica de Lisboa, e era coordenadora do mestrado em Estudos Europeus no ISCTE.
Maria Carrilho esteve na primeira linha política com a eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral do PS em 1992, tendo pertencido ao Secretariado Nacional deste partido.
Especialista em assuntos de Defesa Nacional e em Assuntos Europeus, foi eleita eurodeputada pelo PS em 1999, funções em que permaneceu até 2004.
Ao longo da sua vida, Maria Carrilho publicou várias obras, destacando os “Novos media, novas políticas?” (2002); “Portugal no contexto Internacional: Opinião pública, defesa e segurança” (1998);, “Segurança e Defesa na Opinião Pública Portuguesa” (1995); “Democracia e Defesa”, (1994), “Mulheres e Defesa Nacional”, (1992); “Forças Armadas e Mudança Política em Portugal no Século XX” (1985); “Sociologia da Negritude” (este primeiro publicado em Roma em 1973); e “Portogallo, La Via Militare”, Milão (1975).
Numa nota publicada na página do PS na Internet, os socialistas referem que a professora universitária Maria Carrilho “era uma personalidade ímpar, que se destacou pela dinâmica.
“Foi a primeira mulher em Portugal a dedicar-se a temas da Defesa e das Forças Armadas, tendo enriquecido grandemente esta área de estudos. Deixa-nos um importante legado sobre a relação entre a Europa e os Estados Unidos no domínio da Defesa e sobre a relação das Forças Armadas com a sociedade civil”, aponta o PS.
No percurso político da professora universitária, o PS salienta que Maria Carrilho deixa “a grata memória de alguém que abriu novos horizontes, pelo seu longo percurso de vida dedicado à causa pública, que iniciou ainda durante a ditadura do Estado Novo, e que a levou ao exílio em Itália”.
“O PS assume o compromisso de honrar a obra e a memória de Maria Carrilho, do mesmo modo como a mesma se comprometeu com a Europa e com a luta por um futuro europeu para Portugal. À sua família e amigos, o PS endereça as suas mais sentidas condolências e manifesta o seu mais sentido pesar”, acrescenta-se na mesma mensagem.
Já Marcelo Rebelo de Sousa, numa publicada no portal da Presidência da República, refere que Maria Carrilho como fundadora da sociologia militar em Portugal”.
“Com um percurso académico notável, aliado a uma relevante experiência política como deputada à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, conseguiu uma articulação virtuosa entre pensamento e ação, vanguardismo analítico e coerência ideológica, em especial nas áreas a que dedicou a sua vida, a Defesa, os Negócios Estrangeiros e os Direitos Humanos”, destaca o chefe de Estado.
Para o Presidente da República, “fruto desse percurso, a professora Maria Carrilho deixa uma obra incontornável sobre o estudo das relações civis e militares no século XX português, sobre o papel de Portugal nos sucessivos contextos internacionais, sobre o papel da mulher nas Forças Armadas, e ainda um contributo singular para uma avaliação sistemática da opinião pública às grandes questões da segurança e defesa no Portugal democrático”.
“O Presidente da República evoca a sua memória e envia condolências à família e amigos da professora Maria Carrilho”, lê-se na mensagem publicada no portal da Presidência da República.
LUSA/HN
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