O primeiro medicamento antiviral oral aprovado na China vai ser usado para tratar pacientes adultos com sintomas leves a moderados e com alto risco de agravamento da doença.
Isto inclui pacientes que têm problemas subjacentes, como doença renal crónica, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças pulmonares, de acordo com o anúncio da Administração de Produtos Médicos da China.
O organismo acrescentou que devem ser conduzidos mais estudos sobre o medicamento.
A notícia suscitou especulações sobre se a aprovação era um sinal de que a China vai adotar tratamentos e vacinas estrangeiras, algo que não tinha feito até à data, e relaxar assim as suas rígidas políticas de combate à doença Covid-19.
Especialistas questionam a eficácia das vacinas chinesas contra a variante Ómicron, mas a China evitou grandes surtos do novo coronavírus com um regime de bloqueios, testes em massa e restrições nas viagens.
Quem chega ao país oriundo do exterior tem que cumprir uma quarentena de até 21 dias.
Citado pelo jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times, o especialista em doenças respiratórias do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, Wang Guangfa, disse que o medicamento complementará os métodos de tratamento médico já bem-sucedidos da China, fornecendo uma proteção necessária para aqueles com doenças subjacentes.
“Não é o momento certo para a China se abrir para o mundo quando a pandemia no exterior ainda é galopante. Devemos manter uma política abrangente e integrada”, defendeu Wang.
Zhuang Shilihe, imunologista da cidade de Cantão, também disse ao Global Times que “um medicamento sozinho não pode acabar com a pandemia”, enfatizando a importância de o país prosseguir com a estratégia de “zero casos” e aumentar a taxa de vacinação.
As vacinas ainda são proeminentes na prevenção de casos graves, disse Zhuang, apelando a que as pessoas continuem a ser vacinadas.
O Paxlovid é um medicamento antiviral oral que reduz a capacidade do SARS-CoV-2 (o coronavírus que causa a Covid-19) de se multiplicar no corpo.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.799.910 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
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