O vice-ministro da Saúde do Maláui, Enock Phale, disse que a decisão foi tomada após investigações terem revelado que a criança infetada não tinha sido vacinada devido à recusa dos seus pais.

“Criaremos um sistema robusto para assegurar a contenção da sua propagação. Faremos tudo o que pudermos para garantir que quebramos o ciclo da infeção”, disse o Enock Phale, citado pelo Nyasa Times.

O governante afirmou que aposta em “campanhas de sensibilização social”, revelando, ao mesmo tempo, que os comités de emergência trabalharão para “selar as lacunas” que poderão levar a uma maior propagação da doença.

“É devastador ter um caso após 30 anos sem poliomielite. Estamos a pôr em prática uma estratégia de comunicação, porque o público precisa de estar consciente, bem como programas de mobilização de recursos”, acrescentou.

Neste sentido, a representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Maláui, Janet Kayita, recomendou que as autoridades intensificassem a vigilância e reforçassem o sistema de imunização.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Rudolf Shwenk, salientou que o país enfrenta uma emergência tripla com a poliomielite, a pandemia de Covid-19 e a tempestade tropical ‘Anna’.

A OMS disse na semana passada que o paciente com poliomielite é uma criança residente na capital Lilongwe, acrescentando que os testes laboratoriais mostram que a estirpe está ligada à que circula na província paquistanesa de Sindh, pelo que tratar-se de um caso importado não altera o estatuto de livre de poliomielite do continente, concedido em agosto de 2020.

Modjirom Ndoutabe, coordenador da poliomielite da OMS em África, recordou que “o último caso de pólio em África foi identificado no norte da Nigéria em 2016 e, globalmente, houve apenas cinco casos em 2021”.

“Cada caso de pólio é um acontecimento significativo e mobilizaremos todos os recursos para apoiar a resposta do país”, disse.

A poliomielite, uma doença altamente contagiosa que afeta principalmente as crianças, é provocada por um vírus e transmitida principalmente pela via fecal-oral, que se multiplica no intestino, a partir do qual pode dar-se uma invasão do sistema nervoso e causar paralisia, de acordo com a OMS.

O vírus é endémico apenas no Afeganistão e Paquistão.

LUSA/HN