Doente ucraniana que chegou ao Porto apresenta evolução clínica favorável

18 de Março 2022

A doente ucraniana politraumatizada, que chegou há uma semana ao Hospital de São João, no Porto, apresenta uma “evolução clínica favorável” e vai deixar os cuidados intensivos, informou esta sexta-feira fonte hospitalar.

Depois de apresentar um “quadro clínico exigente e complexo”, a doente que foi transferida de Leviv, na Ucrânia, para Varsóvia, na Polónia, e daí viajou para Portugal, apresenta agora “uma evolução clínica favorável”, descreveu o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).

A mesma fonte adianta que a doente ucraniana será transferida do Serviço de Medicina Intensiva para o Serviço de Cirurgia Geral, “onde os cuidados clínicos multidisciplinares serão continuados”, e onde aguardará uma intervenção cirúrgica por Ortopedia.

Essa nova intervenção deve ocorrer dentro de duas semanas.

Em causa está uma doente de 37 anos, que sofreu um atropelamento no dia 22 de dezembro de 2021 e chegou ao Porto, após escala em Lisboa, no dia 11, porque os cuidados de saúde de que necessitava não podiam realizar-se na Ucrânia, devido ao conflito armado que opõe este país à Rússia.

De acordo com o CHUSJ, durante este período, a doente esteve internada no Serviço de Medicina Intensiva e foi seguida por médicos especialistas em Medicina Intensiva, Ortopedia, Urologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular e Cirurgia Geral.

“Foram realizadas cirurgias corretoras das lesões induzidas pelo trauma grave, que sofreu em dezembro passado, com intervenções cirúrgicas das várias especialidades. Atualmente encontra-se estável, com boa evolução clínica”, apontou o CHUSJ.

Paralelamente ao cuidado clínico, foi “fornecido apoio psicológico à doente e à família” com o objetivo de criar “um ambiente de tranquilidade, que permita uma adequada recuperação física e psicológica”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

LUSA/HN

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