Questionada pela agência Lusa, a administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) confirmou que a urgência pediátrica de Torres Vedras “retomou o seu normal funcionamento” na segunda-feira, pelas 09:00.
Ainda segundo a administração do CHO, os problemas estiveram relacionados com a “limitação de recursos humanos, não obstante as várias diligências desenvolvidas para encontrar médicos”, agravada pelo “período festivo e de gozo de férias, que gerou grande indisponibilidade por parte de prestadores de serviço para desempenho de funções” no serviço.
Durante o fim de semana, os casos urgentes foram reencaminhados para a urgência pediátrica de Caldas da Rainha e os menos urgentes para os centros de saúde.
A administração do CHO assegurou também que continua “a envidar todos os esforços para contratar recursos humanos médicos”.
Na sexta-feira, os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital de Caldas da Rainha (distrito de Leiria), que também integra o Centro Hospitalar do Oeste, pediram a demissão do cargo, conforme informou a administração, que assegurou, no entanto, que o serviço estava a funcionar normalmente.
Em comunicado divulgado na altura, a administração do CHO disse ter recebido, na noite de quinta-feira, a carta de intenção de demissão dos chefes de equipa daquele serviço, assim como um pedido para o seu encerramento.
No entanto, esclareceu o CHO, as demissões “respeitam apenas ao cargo de gestão de chefia de urgência e não ao exercício das funções clínicas”, pelo que a equipa “continua a assegurar o normal funcionamento” do serviço.
Os médicos internistas da unidade de Caldas da Rainha justificaram o pedido de demissão com o facto de não compactuarem com o não cumprimento dos “critérios mínimos de segurança”.
“A situação limite, do ponto de vista de sobrecarga de trabalho e de qualidade assistencial, tem sido uma constante nos últimos tempos. Mas, neste momento, é absolutamente dramática, desesperante e totalmente inaceitável”, lê-se no manifesto assinado por 23 internistas e internos.
Questionado hoje pela Lusa, o CHO adiantou igualmente que, após reunir com os médicos internistas, “foram equacionadas várias propostas, as quais exigem uma avaliação da respetiva exequibilidade, não sendo de implementação imediata”.
Na quinta-feira, devido à elevada afluência às urgências, os bombeiros de Caldas da Rainha e de Óbidos ficaram sem ambulâncias disponíveis e a necessitar de recorrer a corporações vizinhas para assegurar o socorro, por terem macas retidas na urgência.
Em resposta, o CHO esclareceu que “tem vindo constantemente a adquirir macas, para evitar a retenção das macas dos bombeiros”, mas “o afluxo de doentes em determinados dias é tão elevado que supera a capacidade instalada”.
O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
LUSA/N
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