“A eliminação da máscara em contexto escolar não terá impactos muito significativos no crescimento da incidência” de novos casos, refere o relatório do grupo de trabalho do IST que acompanha a evolução da covid-19 em Portugal que a Lusa teve hoje acesso.
O Conselho de Ministros decidiu hoje o fim do uso obrigatório da máscara, incluindo nas escolas, com exceção dos locais frequentados por pessoas especialmente vulneráveis, como hospitais e lares, ou nos transportes públicos.
Segundo a análise elaborada por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem este grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, as projeções feitas “asseguram que existe alguma margem de segurança no alívio de medidas (máscaras) devido à elevada cobertura vacinal” no país.
No entanto, o relatório alerta que os mais idosos “devem ser protegidos das formas que se considerem adequadas”, tendo em conta que está a reduzir-se a proteção da vacina contra a covid-19.
A situação da pandemia em Portugal “está, neste momento, estável com uma muito ligeira tendência de agravamento”, com o indicador de avaliação (IAP) do IST e da Ordem dos Médicos a atingir os 72.27 pontos na última terça-feira, um valor “ainda elevado”.
O IAP combina a incidência, a transmissibilidade, a letalidade e a hospitalização em enfermaria e em cuidados intensivos para aferir a pressão da pandemia sobre os serviços de saúde, apresentando dois limiares: o nível de alarme, quando atinge os 80 pontos, e o nível crítico, quando chega aos 100 pontos.
“Note-se que a gripe sazonal nos seus piores picos desde 2000 nunca ultrapassou o valor de 56 pontos”, refere o documento do IST, que atualizou agora o IAP com um novo processo de cálculo.
O documento indica ainda que o índice de transmissibilidade (Rt) está “ligeiramente acima de 1” no país e a “letalidade está a subir desde fevereiro”, o que é “muito revelador sobre o efeito dinâmico da vacinação no tempo”.
“Os óbitos diários em média móvel a sete dias passaram de 22.3 para 20.9, tendo já passado o seu pico a 6 de fevereiro” e verifica-se uma tendência de estabilidade na ocupação em enfermaria e em cuidados intensivos e nos óbitos, avança o IST.
“Neste ponto não temos razões para crer num aumento da gravidade com exceção de letalidade”, refere o relatório, que aconselha o “reforço da monitorização e passar a mensagem de que o perigo pandémico ainda não terminou”.
LUSA/HN
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