Num esclarecimento publicado na terça-feira no boletim informativo do hospital, o Conselho de Administração (CA) confirma “os constrangimentos de estacionamento na Unidade I” provocados pelo contrato de exploração celebrado em 2015 com a TCM.
Desse contrato, lê-se no documento interno, a administração dá conta de duas alíneas, a primeira sobre o ”investimento e exploração pelo concessionário de 960 lugares passíveis de avença ao valor de 15 euros/mês ou de utilização contra o pagamento de fração de tempo, de acordo com o tarifário publicado”.
A segunda alínea dá conta do “pagamento ao CHVNGE de uma renda mensal de 1.500 euros”, situação que “preocupa” o atual CA, desde “a sua tomada de posse, em agosto de 2019”, e que desde então disse ter procurado “soluções satisfatórias para o CHVNGE, os seus profissionais e utentes”.
Na sequência do início das obras do Metro e a diminuição do estacionamento na envolvente do hospital, a administração “tentou encontrar soluções com o concessionário”, sabendo que haveria, entretanto, “transferência de serviços da Unidade II [no centro de Gaia] para a Unidade I [no Monte da Virgem]”, continua o esclarecimento.
Esses serviços, de ginecologia/obstretícia, pediatria/neonatologia e ortopedia, foram transferidos em março, tendo desde então o Hospital de Gaia assegurado o estacionamento dos respetivos funcionários no interior das instalações assinando diariamente os seus bilhetes.
Na sequência deste procedimento, a concessionária enviou ao hospital uma fatura de mais de 20 mil euros relativa ao estacionamento daqueles funcionários.
“Sem acordo” quanto a este assunto, o CA avançou com uma “ação judicial contra a concessionária”, após ter sido “surpreendido” com a chegada de uma “fatura emitida pelo concessionário de 20.391,85 euros alegadamente relativa a ingressos não contratualizados autorizados pelo CA entre o período de 08 a 31 de março”, lê-se ainda.
Na comunicação, o CA confirma a autorização temporária dada aos profissionais deslocalizados da Unidade II para a Unidade I, sem meio de locomoção alternativo, para utilizarem as áreas não concessionadas para aparcamento, mas que agora, “ante o exposto se torna completamente inviável” razão por que pede “desculpa” e assegura que “tudo fará” para garantir “o acesso dos utentes e profissionais à Unidade I” daquele hospital.
No dia 08 de abril, o gerente da TCM, João Marcelino, revelou à Lusa que a empresa passaria a cobrar à administração daquela unidade de saúde o estacionamento dos funcionários não titulares de cartão.
Na manhã desse dia, vários funcionários do hospital viram recusado pelo funcionário da empresa o talão de estacionamento carimbado pela administração do hospital para poderem abandonar o parque, situação que levou nomeadamente à chamada da PSP ao local.
Também nesse dia, fonte do hospital disse à Lusa que todos os funcionários do hospital “têm a possibilidade de ter cartão do parque menos os de obstetrícia e enfermeiros de neonatologia”, que trabalham na Unidade 1, afeta à maternidade daquele hospital, inaugurada a 08 de março.
A Lusa tentou uma reação da concessionária, mas até ao momento não foi possível.
LUSA/HN
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