A linhagem BA.5 da variante Ómicron, que tem mutações com impacto na entrada do coronavírus nas células, está a registar um aumento de circulação em Portugal, avança o relatório semanal sobre a situação epidemiológica hoje divulgado.
“Realça-se a introdução e aumento de circulação da linhagem BA.5 da variante Ómicron, a qual apresenta algumas mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária”, adianta o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o INSA, que estima que a linhagem BA.2 seja responsável por 94,4% das infeções registadas no país, a introdução e a circulação destas e de outras linhagens consideradas de interesse estão sob investigação.
A linhagem BA.5 circula com maior intensidade na região Centro, onde representou já 10,4% das sequências analisadas entre 4 e 10 de abril.
O relatório da DGS e do INSA avança ainda que se verifica uma tendência crescente da incidência cumulativa a sete dias por 100 mil habitantes nos grupos etários entre os 20 e os 29 anos, os 50 e os 59 anos e os 70 e os 79 anos.
De acordo com o documento, o índice de transmissibilidade (Rt) do SARS-CoV-2 está no 1,00 a nível nacional, tendo subido em cinco regiões: o Norte passou de 1,00 para 1,08, o Centro de 0,94 para 1,02, Lisboa e Vale do Tejo de 0,92 para 0,97, o Alentejo de 0,94 para 1,00 e Madeira de 0,82 para 0,86.
Quanto à pressão da pandemia sobre os serviços de saúde, os dados da DGS indicam que os doentes com covid-19 internados nos cuidados intensivos dos hospitais de Portugal continental representam apenas 18% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior era de 23,5%.
Os hospitais da região Norte são os que apresentam maior ocupação nas unidades de cuidados intensivos, mas ainda distante do seu nível de alerta.
Na última terça-feira, a mortalidade específica por covid-19 estava nos 27,9 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que revela uma tendência estável, mas ainda superior ao limiar de 20,0 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
A percentagem de testes positivos para SARS-CoV-2 entre 12 e 18 de abril foi de 25%, valor que se encontra acima do limiar dos 4% e com tendência crescente, salienta ainda o relatório.
Da análise dos diferentes indicadores, o INSA e a DGS adiantam que a epidemia de covid-19 mantém uma transmissibilidade muito elevada, mas com tendência estável, e o sistema de saúde apresenta capacidade de acomodar um aumento de procura por doentes infetados com o SARS-CoV-2.
“Deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da covid-19 e recomenda-se a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço”, aconselham as duas entidades.
Consulte o relatório aqui
LUSA/HN
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