“Todas as crianças que têm sido identificadas como casos suspeitos têm tido uma evolução rápida, estão todas muito bem recuperadas”, disse aos jornalistas Paula Vasconcelos, do Centro de Emergências em Saúde Pública.
Todos os casos ocorreram desde o início de abril, primeiro quatro e “mais dois casos suspeitos” que “é normal que continuem a aparecer, faz parte deste tipo de alerta quando há uma etiologia [causa da doença] que não se conhece”, explicou.
O que se sabe do total de seis casos suspeitos identificados em Portugal é que têm um perfil que “permite identificar uma hepatite aguda” do tipo que se tem verificado em vários países da região europeia e também nos Estados Unidos.
O surto “de origem desconhecido” foi anunciado pela OMS a 15 de abril e afeta crianças com idades entre um e 16 meses, com inflamação do fígado e “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.
Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.
Paula Vasconcelos frisou que Portugal está a partilhar informação sobre todos os casos suspeitos através da rede do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças.
Assim, envia “informação clínica e laboratorial” que recolhe em casos de hepatite e que faz parte “do protocolo habitual dos pediatras” quando uma criança aparece com a doença, que habitualmente não dá sintomas graves.
Paula Vasconcelos sublinhou que não se pode ainda falar de “casos confirmados” de uma nova forma de hepatite, apenas de casos “suspeitos de fazerem parte de um conjunto de sintomatologia não muito clara, da qual não se sabe a etiologia”.
“Já não estão doentes, mas a informação durante o período em que estiveram doentes é muito importante para reportar a nível europeu e contribuir para a investigação europeia do que se está a passar”, referiu.
Em declarações aos jornalistas portugueses no início da visita da OMS a Portugal, na segunda-feira, o diretor regional europeu para emergências daquela agência, Gerald Rockenschaub, afirmou que se trata de uma situação “muito urgente” a que se está a dar “prioridade absoluta”, com 60 dos cerca de 100 casos ativos a concentrarem-se no Reino Unido.
LUSA/HN
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