Dentistas realizam ação de rua para sensibilizar para perigos das doenças das gengivas

11 de Maio 2022

Médicos dentistas da área da periodontologia vão realizar na quinta-feira uma ação de rua em Lisboa, Porto e Coimbra para alertar para os perigos da doença das gengivas.

Na iniciativa, promovida pela Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), serão distribuídos 3.000 ‘kits’ de higiene oral à população nas ruas das três cidades.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da SPPI, Susana Noronha, explicou que as doenças das gengivas (periodontais) afetam os tecidos que rodeiam e suportam os dentes e podem terminar em perda de dentes.

“A gengivite é uma inflamação na gengiva como resultado da acumulação de placa bacteriana. Pelo contrário, a periodontite é uma doença que resulta da evolução de uma gengivite e que, além de afetar a gengiva, afeta também os outros tecidos que suportam o dente”, explicou a especialista.

Além das gengivas inchadas e a sangrar, os sinais da periodontite podem incluir dentes a abanar ou caírem, dentes mais compridos porque há uma retração da gengiva, mau hálito e mau sabor.

“A importância do diagnóstico, da prevenção e do tratamento da periodontite é reforçado não só pelos efeitos locais, como a perda de dentes, dificuldades na alimentação e por aí fora, mas também na relação que tem com outras patologias, como a diabetes, as doenças cardiovasculares e como, por exemplo, a doença de Alzheimer e outro tipo de situações que têm sido investigadas ao longo dos últimos anos”, advertiu Susana Noronha.

A especialista defendeu a necessidade de “atuar precocemente” na eliminação eficaz da placa bacteriana e na prevenção para que “a gengivite seja tratada e não haja evolução para periodontite, porque efetivamente a suscetibilidade de cada um é um fator que posteriormente não se consegue alterar”.

A forma fundamental de prevenir estas doenças “é estar motivado” e aprender a eliminar eficazmente e diariamente a placa bacteriana, através da escovagem dos dentes e da utilização do fio dentário ou escovilhão para limpar entre os dentes, e fazer consultas de controlo duas vezes por ano no dentista ou no higienista oral.

Apesar de não existirem dados sobre o impacto destas doenças, Susana Noronha disse que as estimativas apontam para uma prevalência muito elevada em adultos, de cerca de 40 a 50%, que sobe para mais de 60% na faixa etária acima dos 65 anos.

“Estimamos também que a periodontite na forma mais grave da doença pode afetar cerca de 11% da população adulta global, o que é uma percentagem bastante elevada”, comentou.

Nas ações de rua que a SPPI vai promover na quinta-feira, periodontologistas vão esclarecer e informar a população sobre este tema e promover a saúde oral.

Além disso, serão realizadas ações nas redes sociais com a promoção de mensagens que estimulam e relembram a importância do tratamento das doenças periodontais.

A periodontite é a sexta doença mais comum a nível mundial e está associada a outras patologias e, segundo a Organização Mundial da Saúde, metade dos adultos sofre de problemas nas gengivas.

LUSA/HN

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