O que se sabe sobre o vírus Monkeypox

20 de Maio 2022

Casos de infeção pelo vírus Monkeypox estão a ser detetados em vários países, incluindo Portugal, o que levou as autoridades de saúde a acompanhar com atenção uma doença rara em que a maioria das pessoas recupera em semanas.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) já garantiu que está a acompanhar a “situação de perto” e em contacto com os países da União Europeia e comprometeu-se a publicar no início da próxima semana uma primeira avaliação de risco sobre a doença.

O que é e como se transmite a doença?

Foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos utilizados para pesquisas – daí a associação aos macacos e o nome “Monkeypox”.

O primeiro caso humano foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensos para eliminar a varíola.

Este vírus transmite-se através do contacto com um animal ou com uma pessoa infetada ou com material que esteja contaminado.

A transmissão entre humanos ocorre principalmente através de grandes gotículas respiratórias, sendo para isso necessário um contacto prolongado, mas também através de fluidos corporais.

O Monkeypox é considerado um vírus de transmissibilidade moderada entre humanos.

Quais os sintomas da infeção?

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, arrepios de frio e exaustão, desenvolvendo-se ainda uma erupção cutânea.

O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21. Quando a crosta cai, uma pessoa deixa de ser infecciosa.

Qual a gravidade da doença?

A sua manifestação clínica é geralmente leve, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar em poucas semanas, mas o ECDC alerta que as pessoas imunocomprometidas estão especialmente em risco de ter doença grave provocada por este vírus.

Quando surgiu agora o primeiro caso na Europa?

Desde 2018, registaram-se sete casos de infeção no Reino Unido com histórico de viagens a países endémicos.

Nesta fase, o primeiro caso foi reportado pela autoridade de saúde do Reino Unidos em 07 de maio.

Esta é a primeira vez que as cadeias de transmissão são reportadas na Europa sem ligações epidemiológicas conhecidas à África Ocidental e Central.

O ECDC reconhece que a extensão da transmissão comunitária é ainda desconhecida.

Quais as recomendações imediatas do ECDC?

Para já, o centro europeu recomenda que quem apresente sintomas procure cuidados médicos e que as pessoas que se envolvem com múltiplos parceiros sexuais ou fazem sexo casual devem ser “particularmente vigilantes”.

Além disso, os casos suspeitos devem ser isolados e testados e deve ser feito o rastreamento dos contactos dos casos positivos.

O ECDC adianta ainda que, se as vacinas contra a varíola estiverem disponíveis no país, a vacinação de contactos próximos de alto risco deve ser considerada, após uma avaliação do risco-benefício.

Já para casos graves, o tratamento com um antiviral também pode ser considerado.

Quantos casos de infeção há em Portugal?

De acordo com os dados de quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal totaliza 23 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, que se mantêm em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis.

 Estão a ser desenvolvidos inquéritos epidemiológicos para identificar cadeias de transmissão e potenciais novos casos.

Esta é a primeira vez que é detetada em Portugal infeção pelo vírus Monkeypox.

LUSA/HN

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