A moção tem por base “uma apresentação resumo” do estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) e apresentada aos 12 municípios no início do mês, apontando o Bombarral como a localização indicada, com base no” nos critérios de distância e acessibilidade de todos os utentes.
Mas para a Assembleia das Caldas da Rainha os resultados “são baseadas em métricas de contornos discutíveis”, que levantam dúvidas sobre quais os fatores que foram analisados “como principais determinantes para os ganhos em saúde para a população do Oeste”.
No texto os deputados questionam se no estudo, efetuado pela Universidade Nova, foram tidas em conta a estrutura etária e as patologias prevalentes da população, bem como, em termos de socorro de emergência, as distâncias até aos hospitais mais a Norte (Leiria) e a Sul (Loures), lembrando que quer o Hospital de Leiria, quer o do Santarém (a Leste) são estruturas “já saturadas”.
Considerando que o novo hospital terá que ser “uma estrutura suprarregional” a moção questiona se foi tida em conta a promoção turística e valorizada “a necessidade de assegurar cuidados de saúde hospitalar à população sazonal” que escolhe, além das Caldas da Rainha, concelhos como Óbidos, Peniche, Alcobaça e Nazaré, quer como destino turístico quer “para investir e viver”.
A escolha do Bombarral como melhor localização indica, segundo os deputados, que “foi esquecida a premissa de um que um novo grande hospital precisa de ter na vizinhança uma estrutura urbana adequadamente dimensionada”, vincando que para atrair e fixar profissionais de saúde qualificados “serão necessárias estruturas como creches, escolas e bons equipamentos desportivos”.
A localização é também posta em causa pela proximidade do Bombarral a Torres Vedras, onde existe mais oferta de cuidados de saúde públicos e privados”, questionando os deputados se o estudo considerou a possibilidade de “existirem clínicas de ambulatório associadas ao novo hospital, para consultas e exames complementares de diagnóstico, para resposta às franjas mais distantes do centro geográfico do Oeste”.
Os deputados levantam ainda dúvidas de que não tenha sido considerada a tradição assistencial das Caldas da Rainha, que tem na sua génese o primeiro hospital termal do mundo, e questionam se foi considerada a possibilidade de articulação dos cuidados de Medicina Física e Reabilitação, Reumatologia e Otorrinolaringologia com a potencialidade de tratamentos termais, que poderão ser associados ao novo hospital se a sua construção vier a ser neste concelho.
A moção, aprovada por unanimidade, vai ser enviada à Comunidade Intermunicipal do Oeste, à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO), ao Ministério da Saúde e à Comissão de Saúde da Assembleia da República.
A região Oeste é servida pelo CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, servindo cerca de 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
O CHO foi criado em 2012, através da fusão dos centros hospitalares Oeste Norte – que abrangia os hospitais de Caldas da Rainha e Peniche e de Torres Vedras. Com a criação de um único centro hospitalar, os vários serviços hospitalares foram reestruturados, ficando Torres Vedras especializada na Ortopedia e Caldas da Rainha na Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.
Os municípios, que reclamam a construção de um novo hospital para-a região, vão enviar ao Governo os resultados do estudo, remetendo para tutela a localização da futura unidade.
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