“A violação e a violência sexual são usadas em todos os conflitos contemporâneos ao redor do mundo – como a situação atual na Ucrânia”, escreve, num comunicado à imprensa, o ginecologista da República Democrática do Congo, que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2018 pelo seu trabalho a favor das mulheres que são vítimas de violação como arma de guerra.
“Notamos com amargura que muitas vezes falta vontade política, que os meios financeiros são insuficientes”, lamenta o médico.
Mukwege considera também que “a cultura da impunidade de que beneficiam os autores e instigadores destes atos desprezíveis continua a ser mais a norma do que a exceção”.
“Por isso, mais uma vez, exortamos a comunidade de Estados e doadores a mobilizar recursos humanos e financeiros para enfrentar as consequências da violência sexual cometida em tempos de conflito e a redobrar os seus esforços para evitar a repetição desses crimes”, apela.
Segundo Denis Mukwege, “é também fundamental (…) assegurar a promoção da igualdade de género e a participação política ativa das mulheres”.
“Aqueles que toleram ou ordenam a transformação dos corpos de mulheres e de meninas, mas também de homens e de meninos, em campo de batalha, devem ser ostracizados da comunidade internacional, sujeitos à proibição de viagens e de vistos, e os seus bens e recursos financeiros devem ser congelados sem mais demora”, pede Denis Mukwege.
NR/HN/LUSA
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