Monkeypox: Espanha confirma primeira morte

30 de Julho 2022

O Ministério da Saúde espanhol confirmou hoje a primeira morte por Monkeypox no país, infeção com tem um total de 4.298 casos confirmados, segundo dados da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica (RENAVE).

De acordo com a RENAVE, dos 3.750 infetados para os quais há informações disponíveis, cento e vinte foram hospitalizados (3,2%) e um morreu, tornando-se na primeira morte em Espanha por esta doença, que a OMS declarou como uma emergência internacional de saúde, tendo aconselhado na quinta-feira os homens que fazem sexo com outros homens que reduzam o número de parceiros.

O Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias espanhol divulgou hoje os dados mais recentes sobre pessoas infetadas com Monkeypox em Espanha, especificando que, do total de casos confirmados, mais de 4.000 eram homens e apenas 64 mulheres, a idade varia entre 10 meses e 88 anos, sendo a média de 37 anos.

De acordo com os dados, 3.458 são homens que fazem sexo com outros homens (dos 4.148 pacientes para os quais esse tipo de informação está disponível).

Também estão disponíveis informações sobre o mecanismo de transmissão mais provável em 2.253 casos, sendo 82,1% por contacto próximo no contexto de uma relação sexual e 10,5% por contacto não sexual próximo.

Em relação ao aparecimento de eventos de massa, dos 3.137 casos com informação sobre essa variável, 560 compareceram nalgum evento em datas anteriores ao início dos sintomas.

Os casos notificados provêm de 17 Comunidades Autónomas: Madrid (1.656), Catalunha (1.406 – 1.256 casos estão incluídos na plataforma de notificação SiViES), Andaluzia (498), Comunidade Valenciana (213), Ilhas Canárias (102), País Basco (98), Ilhas Baleares (89), Aragão (45) e Galiza (37).

Seguem-se as Asturias (36), Castilla y León (31), Castilla-La Mancha (23), Extremadura (20), Murcia (19), Cantabria (15), Navarra (8) e La Rioja (2).

Hoje, também foi confirmada pelas autoridades brasileiras a primeira morte por Monkeypox no país, onde já foram identificados pouco mais de mil casos de infeção.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, a vítima era um homem que tinha imunidade baixa e morava na cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, onde, segundo dados oficiais, foram registados 44 dos 1.066 casos da doença confirmados até o momento no país.

Mais de 18.000 casos de Monkeypox foram detetados em todo o mundo desde o início de maio passado, fora das áreas endémicas de África.

A doença foi relatada em 78 países até agora e 70% dos casos estão concentrados na Europa e 25% nas Américas, disse o responsável da OMS.

Em Portugal foram confirmados 588 casos.

A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico e a evitarem contacto físico direto.

A vacina contra a varíola, assim como antivirais e a imunoglobulina ‘vaccinia’ (VIG), podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox, uma doença rara.

A doença, que tem o nome do vírus, foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação – daí o nome “Monkeypox” (“monkey” significa macaco e “pox” varíola).

LUSA/HN

 

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