Novos “casos de febre” ligados à gripe, não à covid-19, diz Coreia do Norte

26 de Agosto 2022

As autoridades de saúde da Coreia do Norte garantiram hoje que os recentes "casos de febre", detetados no início da semana, estão ligados ao vírus da gripe e não a um novo surto de covid-19.

“Segundo informações do Quartel-general de Prevenção da Emergência Epidémica do Estado, está claro que os casos de febre que tiveram lugar na província de Ryanggang tratam-se de gripe”, avançou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

O anúncio surge um dia depois de Pyongyang ter anunciado o confinamento de partes da província de Ryanggang (nordeste), na fronteira com a China, depois de ter identificado quatro novos “casos de febre”.

Os pacientes “recuperaram e [mantêm] uma temperatura normal”, acrescentou a agência, que indicou ter sido suspendo o confinamento preventivo daquela área.

Na quinta-feira, a KCNA tinha dito que as autoridades suspeitavam que os quatro “casos de febre” estivessem ligados à “epidemia maligna” do novo coronavírus, duas semanas depois do país ter declarado vitória sob a pandemia da covid-19.

A Coreia do Norte fala de “pacientes com febre” em vez de “pacientes com covid-19”, presumivelmente devido à falta de meios para realizar testes.

O regime norte-coreano, que mantém as fronteiras fechadas desde o início da pandemia, confirmou em maio um surto da variante Ómicron da covid-19 na capital, Pyongyang.

O líder norte-coreano Kim Jong-un, que adoeceu durante o surto, disse no início do mês que o país obteve uma “vitória impressionante” contra o novo coronavírus, tendo ordenado o levantamento de quase todas as restrições, como a obrigação de usar máscara.

A Coreia do Norte registou quase 4,8 milhões de “casos de febre” (quase 20% da população) desde o final de abril, com apenas 74 mortes, para uma taxa de mortalidade oficial de 0,002%, de acordo com a imprensa estatal.

Durante o pico do surto, em maio, foram comunicados até 200 mil casos num único dia. Nenhum novo caso foi tornado público desde 29 de julho.

Especialistas, incluindo a Organização Mundial de Saúde, demonstraram ceticismo em relação às estatísticas sanitárias oficiais de Pyongyang e à aparente eliminação do novo coronavírus.

Os hospitais do país são notoriamente subequipados, com poucas unidades de terapia intensiva, embora o portal noticioso sul-coreano NK News tenha avançado que o país recebeu da China doses de vacinas contra a covid-19.

Pyongyang ameaçou “erradicar funcionários sul-coreanos” e acusou Seul de ter introduzido o coronavírus SARS-CoV-2, a partir da fronteira entre os dois países.

NR/HN/LUSA

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